Chefe da diplomacia da UE desvaloriza as pressões da China

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Direitos de autor Virginia Mayo/Copyright 2019 The Associated Press. All rights reserved
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De  Isabel Marques da SilvaIsabelle Kumar
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O chefe da dilomacia da União Europeia, Josep Borrell, diz que as pressões fazem parte das relações diplomáticas, mas admite que poderia ter havido maior transparência.

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A União Europeia admitiu que foi aceite o pedido do "China Daily", um jornal controlado pelo governo de Pequim, para cortar uma parte de um artigo de opinião escrito, em conjunto, pelos embaixadores dos 27 Estados-membros na China.

"Este artigo de opinião foi redigido por ocasião do 45º aniversário das relações diplomáticas entre a União Europeia e a China e lamentamos que não tenha sido publicado na íntegra pelo "China Daily"", explicou Virginie Battu-Henriksson, porta-voz da Comissão Europeia, em conferência de imprensa, quinta-feira, em Bruxelas.

Em causa estava uma referência ao facto da Covid-19 ter tido origem na China. 

Há poucas semanas, o serviço diplomático da União Europeia  confirmou que houve alterações na versão tornada pública de um relatório interno sobre propaganda, na parte referente à China.

O chefe da dilomacia da União Europeia, Josep Borrell, diz que as pressões fazem parte das relações diplomáticas, mas admite que poderia ter havido maior transparência.

"Penso que temos feito o necessário, mas talvez não tenha sido suficiente. É comum que os poderes exerçam pressão, usando os canais diplomáticos. Quando alguém não está satisfeito, faz-nos tomar conhecimento disso. Nós fazemos a mesma coisa. O importante não é receber pressões, mas saber como é que se reage às pressões", disse Borrell, em entrevista à euronews.

O chefe da diplomacia comunitária defende que a China continue a ser um importante parceiro para a União Europeia: "Não apelido a China de rival sistémico, como estava escrito no relatório estratégico que a União Europeia apresentou, no ano passado. Não há nada de novo nisso".

"Como eu disse, não deve ser visto apenas como rival sistémico, mas também como parceiro importante, como concorrente a nível comercial. Existem muitas facetas diferentes, não se deve olhar para a China com uma abordagem unilateral, porque há uma relação complexa", acrescentou Borrell.

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