Coordenador do Programa de Luta Contra a Malária em Angola não considera os números preocupantes. Governo aprova construção de centro contra epidemias
Em pleno processo de prevenção e combate contra a epidemia de Covid-19, Angola anuncia o registo só este ano de mais de 2.500 mortes devido à malária, a principal causa de morte no país.
De acordo com o coordenador do Programa Nacional de Luta contra a Malária, José Martins, de janeiro a março deste ano foram registados 2.065.673 casos e 2.548 óbitos, números que incluem mais 467 vítimas mortais face ao mesmo período de 2019, mas que o responsável não considera preocupantes.
José Martins disse, em declarações à rádio pública angolana, que se registaram mais 190.398 casos comparativamente a 2019 e acrescentou que existe um plano estratégico, durante a pandemia da covid-19, onde estão definidas todas as componentes operacionais.
Segundo o responsável, a estratégia consubstancia-se sobretudo na ação preventiva, nomeadamente com a pulverização intra e extra domiciliar, a distribuição de mosquiteiros e a administração de tratamento intermitente preventivo contra a malária às mulheres grávidas.
“Nesse preciso momento não há roturas relativamente a esta componente em particular. Estão a ser distribuídos testes rápidos para criar condições de testagem em tempo oportuno e também de tratamentos para a malária grave, que é o que as províncias têm vindo a solicitar”, referiu.
A malária é a principal causa de morte em Angola, bem como de absentismo escolar e laboral e de internamentos em hospitais.
Governo aprova centro especializado para epidemias
O Governo liderado pelo Presidente João Lourenço autorizou a compra de um terreno no município de Viana, na região de Luanda, e a construção no local de um centro médico especializado no tratamento de epidemias.
O imóvel projetado inclui 200 residências e será negociado pelo Ministério das Finanças, sendo referido tratar-se um investimento de quase 25 milhões de dólares (cerca de 23 milhões de euros).
O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, explicou que o projeto se enquadra na estratégia do Executivo para a criação de condições para combater as várias epidemias que afetam ou venham a afetar Angola.
"Há um esforço considerável do Governo na criação de condições para responder ao contexto atual, disponibilizando recursos para a construção de hospitais de campanha e adaptação de várias infraestruturas para atender a situação da covid-19", sublinhou o representante de João Lourenço, citado pelo Jornal de Angola.