UE, governos e cientistas preparam-se para nova vaga pandémica

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De  Isabel Marques da SilvaMaria Psara
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Os Estados-membros são convidados pela Comissão Europeia a suspenderem as restrições existentes de forma gradual, sem perder de vista os dados epidemiológicos, e a continuarem a cooperar para a nova fase da pandemia, provavelmente após o verão.

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Uma nova vaga pandémica após o verão é um cenário na qual já trabalham os governos e as instituições europeias, considerando a possibilidade de aumento da taxa de contágio à medida que se aligeirar o desconfinamento. Fazer respeitar as regras de distanciamento social e de higiene poderá exigir medidas adicionais, alerta a Comissão Europeia.

"Os Estados-membros devem preparar-se para eventuais segundas vagas de infeções, aproveitando todas as oportunidades para aperfeiçoarem os sistemas de monitorização existentes. A Comissão continua empenhada em trabalhar com as autoridades de saúde europeias e nacionais para garantir uma eficiente comunicação sobre os riscos, essencial para garantir que os cidadãos compreendam que novas vagas poderão ocorrer, mesmo que a primeira tenha sido gerida com êxito", disse o porta-voz Stefan de Keersmaecker.

Os Estados-membros são convidados a suspenderem as restrições existentes de forma gradual, sem perder de vista os dados epidemiológicos.

Alguns eurodeputados admitem que a política de saúde, atualmente na esfera da soberania nacional, poderia ser alvo de maior intervenção a nível comunitário.

“É importante que todos os Estados-membros se preparem já para uma segunda vaga e creio que os governos estão de facto a fazê-lo. Penso que a crise da Covid-19 mostrou a necessidade de cooperação entre os Estados-membros na política de saúde e deveríamos debater sobre dar mais competências às instituições europeias", defendeu Jytte Guteland, eurodeputada sueca de centro-esquerda.

Confinamento veio para ficar, em diferentes graus

O governo alemão estabeleceu um limite de 50 novas infeções, por semana, por cada 100 mil habitantes, para continuarem a aligeirar as medidas de confinamento. Se o limite for ultrapassado, regressarão as restrições.

A capacidade de resposta do sistema de saúde para internamentos em cuidados intensivos deve continuar a ser uma prioridade, dizem os especialistas em saúde.

"Temos absolutamente que ganhar tempo para encontrar novas terapias. O nosso instituto faz aconselhamento no setor da biomedicina e queremos acelerar o processo de desenvolvimento de vacinas. Essa é a medida de de saúde pública que terá o maior impacto no longo prazo", afirmou Klaus Cichutek, bioquímico e presidente do Instituto Paul-Ehrlich.

A segunda vaga pandémica, com consequente confinamento, deveria ser já comunicada ao público como uma realidade, defende Klaus Cichutek: "Os governos precisam de ter isto muito claro. O grau de confinamento dependerá da nova taxa de infeção, mas terá de ser imposto novamente se o aumento de casos for considerável".

"Penso que não podemos relaxar sobre a situação a longo prazo, a menos que o vírus desapareça, o que não é de se esperar, ou que obtenhamos as novas terapias e vacinas, algo que vai levar algum tempo", acrescentou o cientista.

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