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Diamantes e portos de Angola despertam interesse da Bélgica

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Belgium DIVA Diamonds Direitos de autor  Virginia Mayo/Copyright 2018 The Associated Press. All rights reserved.
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De Luis Guita com Lusa
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Embaixador belga em Luanda diz que o objetivo é aprofundar a cooperação com Angola no setor diamantífero para “fortalecer” a capacidade de controlo de qualidade e origem dos diamantes.

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Com o objetivo de “fortalecer” a capacidade de controlo de qualidade e origem dos diamantes, a Bélgica pretende aprofundar a cooperação com Angola no setor diamantífero.

De acordo com o embaixador belga em Luanda, Jozef Smetse, a Bélgica está a acompanhar atentamente a reestruturação do setor.

O diplomata sublinhou que a Bélgica é um “parceiro modesto” de Angola, mas com uma presença histórica, enfatizando a proximidade do Congo.

“Embora não estejamos no grupo dos grandes parceiros comerciais temos uma vocação africana e uma presença contínua, faz parte da nossa política externa”, salientou Smets, destacando o interesse em parcerias no setor dos diamantes.

O diplomata apontou o papel de Antuérpia no setor, sublinhando que este centro de negócios só sobrevive com garantia total de transparência.

“Não podemos, numa economia transparente como a belga, permitir-nos a falta de transparência num setor muito delicado”, frisou Jozef Smets, elogiando a “participação bem forte” de Angola no Processo de Kimberley.

O Processo de Kimberley visa a certificação de origem de diamantes, criado em 2003, para evitar a compra e venda de diamantes de sangue, provenientes de áreas de conflito, e evitar o financiamento de armas em países africanos.

No entanto, o embaixador belga mostrou-se “um pouco surpreendido por ver que parte da produção diamantífera de Angola sai para outros lugares onde têm menos transparência” do que Antuérpia, o que garante também maior capacidade para gerar receitas.

O Presidente angolano, João Lourenço, visitou a Bélgica, em 2018, e pôde ver “como funciona esse setor”, que dá garantia de vendas “nas melhores condições e que as receitas entram de facto no Orçamento do Estado”, indicou o embaixador.

Em novembro do ano passado, o presidente do Conselho dos Diamantes de Antuérpia, Nishit Parivih, foi recebido por João Lourenço, com quem abordou iniciativas e parcerias de desenvolvimento no setor diamantífero em Angola.

Jozef Smets considerou que a reforma institucional em curso no setor diamantífero vai tornar o país mais atrativo para as empresas belgas.

“Angola está a fazer essa reestruturação do setor diamantífero e nós estamos a acompanhar esse processo e queremos oferecer essencialmente parcerias para fortalecer a capacidade angolana no controlo da qualidade e também da origem dos diamantes” para melhorar a transparência, declarou.

Vender nas melhores condições é certamente o objetivo do Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama). Hoje, em Luanda, disse que o diamante de 171 quilates descoberto recentemente vai ser leiloado, mas “não há pressa”.

“Em princípio é para ser vendido, como se trata de uma pedra especial, as boas práticas recomendam que, caso se venda, seja em leilão”, disse Ganga Júnior, à margem da cerimónia de anúncio hoje das empresas vencedoras do concurso público internacional para concessões de diamantes e fosfatos em Angola.

A Bélgica olha também com o interesse o setor portuário e Jozef Smets considerou que esta é também uma oportunidade para diversificar a economia.

Do lado de Antuérpia, a ideia seria entrar na gestão de um dos portos, adiantou, apontando os complexos portuários do Soyo ou Cabinda como preferenciais.

Antuérpia tem ligação a vários portos em África, inclusive no Congo e no Benim, e poderia “atrair outros atores e investidores”, pois é um “parceiro credível”, sublinhou o diplomata belga.

“Sabemos que Angola está interessada em desenvolver o setor petroquímico e a presença de Antuérpia poderia atrair empresas desse setor. No contexto da diversificação da economia angolana talvez este seja o primeiro setor a diversificar”, sugeriu.

A incerteza provocada pela pandemia de covid-19 traz, no entanto, dificuldades acrescidas à atuação de João Lourenço, em relação à qual o embaixador destacou o “combate sério à corrupção” e a política de abandonar a dependência do setor petrolífero.

“Merece o nosso apoio e temos muito respeito pelos esforços que Angola vem fazendo”, louvou o diplomata.

A comunidade belga em Angola conta com cerca de 300 pessoas, estando presentes no país cerca de 15 empresas.

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