BCE reforça apoio de emergência com 600 mil milhões

O Banco Central Europeu (BCE) aumentou em 600 mil milhões de euros o orçamento do Programa de Compra de Ativos de Emergência Pandémica (conhecido pelo acrónimo inglês PEPP). Esta bolsa destina-se a limitar o impacto da crise causada pelo novo coronavírus e tem agora um teto de um bilião e 350 mil milhões de euros.
O anúncio foi feito no final do Conselho de Governadores do BCE, esta quinta-feira. O programa de compra de dívida destina-se a apoiar os países e escudar as economias da zona euro de tentações especulativas numa altura de profunda crise e incerteza.
A duração deste programa foi também alargada. Mais seis meses do que estava inicialmente previsto, até junho de 2021.
A presidente do BCE justificou a decisão com uma "contração sem precedentes" da economia da zona euro. Christine Lagarde afirma que houve "uma quebra abrupta da atividade económica como consequência da pandemia e das medidas para conter a doença" e acrescenta que "apesar dos dados indicarem que o pior já passou", à medida que o desconfinamento é posto em prática, "as melhorias são muito ténues, se comparadas com a velocidade a que os indicadores afundaram".
O BCE prevê uma queda global das economias da zona euro em 8,7 por cento. O quadro deve melhorar em 2021 - com crescimento previsto de 5,2%.
Para o BCE, este reforço do PEPP está relacionado com a revisão das previsões de inflação e apoiará "as condições de financiamento da economia real, em particular das empresas e das famílias". A instituição adiantou que os títulos adquiridos no âmbito do PEPP que cheguem ao fim do seu prazo serão reinvestidos "pelo menos até ao fim de 2022".
Até 29 de maio, o BCE tinha adquirido com este programa dívida no valor de 234.665 milhões de euros, dos quais 186.603 milhões em dívida pública.
O programa de emergência é apenas uma parte dos instrumentos a que o BCE recorreu para enfrentar a crise.
Na reunião de hoje, o BCE deixou as taxas de juros inalteradas, com a principal taxa de refinanciamento a manter-se em zero, a taxa de depósitos em -0,50% e a taxa aplicada à facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25%.
Retoma depende de váriaveis instáveis e da capacidade de dinamização das economias nacionais
A Alemanha já abriu os cordões à bolsa: 130 mil milhões de euros para o estímulo do mercado.
Para a chanceler alemã, "se queremos dar um futuro às próximas gerações, temos de investir hoje".
Angela Merkel diz que esse é o príncipio que vai prevenir "piores cenários" apesar de não garantir "facilidades". Merkel defende o programa que desenhou como ambicioso, mas equilibrado.
O governo português nomeou um gestor para definir as medidas de relançamento da economia. António Costa e Silva vai propor um noov plano de ação que deverá ser aprovado em Conselho de Ministros.