Confrontos no México por causa da morte de homem nas mãos da polícia

O Palácio do Governo do Estado de Jalisco, em Guadalajara, no México, foi o alvo central da fúria popular numa manifestação, que degenerou em confrontos, em nome da justiça no caso de Giovanni López.
Esta quinta-feira, dezenas de pessoas saíram às ruas da cidade para mostrar a revolta pela morte do homem de 30 anos. A tensão traduziu-se em várias detenções e foi subindo de tom, com homens encapuzados a incendiarem viaturas da polícia e a atearem fogo a um agente.
López foi detido pela polícia no início de maio em Ixtlahuacán de Los Membrillos, cidade nos arredores de Guadalajara, devido a "má conduta administrativa", de acordo com o Ministério Público. A alegação inicial, que apontava para a falta de uso de máscara para impedir a propagação do surto do novo coronavírus, foi descartada.
Da esquadra da polícia terá seguido para o hospital, onde foi dado como morto. Apresentava uma bala no pé e várias contusões. A autópsia revelou que morreu vítima de um traumatismo na cabeça.
Através do Twitter, o Governador do Estado de Jalisco, Enrique Alfaro, disse que os responsáveis serão punidos e acusou seguidores do presidente mexicano de estarem por detrás da vaga de violência. Alfaro, tal como o procurador do Estado, mudaram as declarações depois de terem negado publicamente a detenção.
Apesar da morte no início do mês passado, a família de López só agora denunciou o caso. De acordo com o irmão do homem, o chefe da polícia municipal ter-lhe-á oferecido cerca de 8 mil euros para evitar a divulgação de um vídeo que mostra o momento da detenção.
No México, já se registaram mais de 12.500 mortes por Covid-19. Para esta sexta-feira está prevista uma nova manifestação.