Deniz Yücel fala em condenação "ilegal" pela justiça turca

Deniz Yücel fala em condenação "ilegal" pela justiça turca
De  Euronews

Jornalista turco-alemão foi condenado à revelia a dois anos e nove meses de prisão.

Atualmente na Alemanha, o jornalista turco-alemão Deniz Yücel classificou como "ilegal e inconstitucional" a condenação, à revelia, a dois anos e nove meses de prisão.

Um tribunal de Istambul considerou, esta sexta-feira, como provado o delito de "propaganda a favor do PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão", classificado como organização terrorista por Ancara.

"O meu caso é uma longa cadeia de violações da lei, mas também conheço os casos de outros colegas na Turquia. É o pão de cada dia destas pessoas, violar a lei, até mesmo a própria Constituição", sublinhou o jornalista.

Yücel foi detido em 2017. Chegou a cumprir um ano e meio de prisão preventiva, mas a pena foi agora agravada, por ter cometido esse delito “na imprensa e de forma reiterada."

Em 2018 foi libertado e voltou à Alemanha, estando ausente do julgamento desta sexta-feira.

O chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, considerou as investigações "completamente incompreensíveis." No Twitter sublinhou que continuam a existir diferenças consideráveis entre Berlim e Ancara em matéria da proteção de liberdade de imprensa e de opinião.

Yücel, correspondente e colunista do diário "Die Welt", sublinhou, por outro lado, que a Alemanha e outros países europeus enfrentam uma tarefa difícil: "continuar a tratar a Turquia como parceiro - porque a Turquia não é apenas Recep Tayyip Erdoğan - sem se tornarem cúmplices do regime autoritário e mafioso."

O jornalista considera que uma entrevista realizada a um dirigente do PKK se incluiu na sua atividade jornalística.

Esta sexta-feira, o tribunal de primeira instância absolveu Yücel das acusações de incitamento ao ódio e de propaganda a favor da confraria do predicador islamita Fethullah Gülen. Ancara atribuiu ao clérigo turco a responsabilidade pelo fracassado golpe de Estado de julho de 2016.

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