Novo Banco - 6 anos de prejuízos

Apresentação de Resultados do Novo Banco, 2020
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De  Ricardo Borges de Carvalho
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Resolução que pôs fim ao BES e deu lugar ao Novo Banco aconteceu há seis anos. Desde 2014, o então chamado de "Banco bom", já recebeu quase 8 mil milhões de euros do Fundo de Resolução bancário

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Faz agora seis anos que o BES deixou de ser um banco privado. Com prejuízos na ordem dos 3 mil e 500 milhões de euros e rácios de capital abaixo dos mínimos para operar, a 3 de agosto de 2014 o então Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa anunciou o fim da instituição.

"O Banco de Portugal em articulação com as autoridades europeias e tendo em conta o quadro legal em vigor decidiu aplicar uma medida de resolução ao Banco Espírito Santo que passa pela criação de um banco novo."

Os ativos do banco foram divididos em dois. Os produtos tóxicos foram para o chamado "Banco mau" que passou a ser gerido por um administrador de falências. Os depósitos e ativos mais valiosos foram para o Novo Banco, alvo da resolução.

Sem ativos tóxicos e capitalizado com 4 mil e 900 milhões de euros do Fundo de Resolução bancário, o Novo Banco parecia poder reerguer-se. mas não parou de acumular prejuízos.

Quase dois anos depois, a 17 outubro de 2017, acabou vendido ao fundo norte-americano Lone Star, com Carlos Costa a garantir que a operação não teria custos para os contribuintes.

"Garantida a proteção dos depositantes que, sublinho, não sofreram qualquer perda. Preservou-se a capacidade de financiamento às empresas e às famílias. Minimizou-se o encargo para o erário público e para o setor bancário".

O fundo Lone Star injetou mil milhões de euros e ficou com 75% do banco, mas as responsabilidades do passado ficaram com o Fundo de Resolução, detentor dos restantes 25% do capital. E sempre que se registem perdas com a venda de ativos problemáticos, até um valor total de 3 mil 890 milhões de euros, cabe ao Fundo de Resolução bancário cobrir o buraco.

Uma operação classificada, em maio de 2020, como "a mais desastrosa resolução bancária feita na Europa", pelo ex-ministro das Finanças e agora Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno.

Dos quase 3 mil e 900 milhões de euros do fundo de resolução, já só restam cerca de 900 milhões. A garantia está a acabar, mas os prejuízos continuam. O governo pediu uma auditoria externa às contas do Novo Banco que deveria ter sido entregue em julho, só que o prazo não foi respeitado.

Com a recente vinda a público de alegados maus negócios para o banco, os deputados exigiram saber os contornos da venda do Novo Banco ao Lone Star e finalmente, esta semana, o Parlamento já recebeu os documentos de acesso limitado e confidencial.

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