Manifestações contra a corrupção e o primeiro-ministro Boiko Borissov duram há dois meses. Protestos desta quarta-feira marcados por confrontos junto ao Parlamento
A capital da Bulgária voltou a ser palco de protestos antigovernamentais, marcados por confrontos entre manifestantes e as forças de segurança em frente ao Parlamento, enquanto na Assembleia os deputados estudavam o projeto da nova Constituição defendida pelo executivo.
Os búlgaros manifestam-se diariamente há dois meses para denunciar a corrupção endémica e pedir o afastamento do primeiro-ministro Boiko Borissov e do procurador-geral, acusados de estar "ao serviço dos oligarcas".
Hristo Panchugov, professor de Ciência Política na Nova Universidade Búlgara, em Sofia:"Até ao momento, o primeiro-ministro não respondeu às questões dos manifestantes, acerca da influência dos oligarcas, com base em fotografias nas quais aparece o primeiro-ministro, questões acerca de quem dirige na realidade o governo. Até que sejam respondidas os protestos vão continuar."
Segundo os observadores, a proposta constitucional feita pelo governo tem como objetivo principal manter os conservadores no poder até ao fim do mandato, em março de 2021.
Desde o início da crise já se demitiram cinco ministros.
A oposição diz que é também uma tentativa para limitar os poderes do presidente búlgaro, próximo dos rivais socialistas do centro-direita encabeçado por Borissov.