Confrontos ameaçam a estabilidade geopolítica no sul do Cáucaso.
O enclave de Nagorno-Karabakh volta a ser palco de confrontos entre a Arménia e o Azerbaijão. De acordo com o ministério da Defesa do território separatista de maioria étnica arménia no Azerbaijão já morreram pelo menos 16 militares separatistas arménios e contabilizam-se centenas de feridos.
Os dois países acusam-se mutuamente de precipitar uma ofensiva e de responder em legítima defesa.
"Esta manhã, as forças arménias dispararam de diferentes direções contra posições civis e militares na fronteira, recorrendo a vários tipos de armamento, incluindo artilharia pesada", denunciou o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev.
O primeiro-ministro da Arménia contra-atacou e devolveu as acusações. "O regime ditatorial de Ilham Aliyev reiniciou as hostilidades. É uma guerra imposta ao povo arménio. É uma guerra contra nossa independência, liberdade e dignidade", sublinhou Nikol Pashinyan.
A agência turca de notícias Anadolu esteve na linha da frente a monitorizar a situação e testemunhou o disparo de morteiros da Arménia.
A Turquia, que atribuiu à Arménia a responsabilidade pela rutura do cessar-fogo, prometeu "pleno apoio" ao Azerbaijão no conflito armado contra a Arménia.
Um agravamento do conflito no terreno pode ditar a intervenção da Rússia e da Turquia, potências regionais no Cáucaso. Da Rússia, mais próxima da Arménia, onde dispõe de uma base militar, ouviu-se um pedido em nome do fim das hostilidades, pela voz do presidente Vladimir Putin.
O presidente do Conselho Europeu, por outro lado, manifestou preocupação e apelou também ao fim imediato das hostilidades no terreno. Charles Michel disse que a via da negociação é o único rumo a tomar para avançar.