O conflito por Nagorno-Karabakh já provocou a destruição de vários locais no Azerbaijão. As populações relatam ataques que deixaram as suas cidades em destroços.
A paisagem e os sons que acompanham quem chega a Tartar, no Azerbaijão, anunciam a proximidade da guerra. De acordo com as autoridades do país, a cidade faz parte da lista de alvos dos recentes bombardeamentos arménios.
O acesso a esta área atualmente restrita, esteve até agora vedado a canais de televisão estrangeiros. As deslocações da equipa da Euronews foram feitas sob supervisão, mas sem interferência dos militares.
Cidades em destroços
Noutro local, a outrora agitada vida comercial da cidade está em estilhaços. As montras denunciam aquilo que parece ter sido um forte ataque.
Um residente, apontando para o chão visivelmente atingido por um objeto impactante, conta que "as tropas arménias dispararam um projétil", mas recusa abandonar a sua cidade. "Vivemos em Tartar há muito tempo e não temos medo de ficar aqui", adverte.
Em comunidades próximas, os relatos são semelhantes. Seguimos a viagem em direção a Naftalan, onde, numa primeira impressão, a vida por aqui pode parecer normal. Mas cedo nos apercebemos de outra realidade. Facilmente entramos numa casa, a porta está aberta. A fachada tem marcas de disparos; lá dentro, o frigorífico repleto de comida deixa adivinhar uma fuga de quem saiu à pressa e deixou tudo para trás.
Populações em perigo iminente
A algumas dezenas de quilómetros, em Ganja, a segunda maior cidade do Azerbaijão, o cenário é idêntico, mais casas destruídas por bombas e habitantes traumatizados.
Uma mulher idosa conta que estava a cozinhar para o filho, "que também está doente", quando "de repente, por trás de mim, uma explosão deitou a porta ao chão. Dei meia volta e tudo estava destruído".
E apesar de os bombardeamentos terem parado, o perigo continua iminente.
No pequeno jardim das traseiras de uma casa está um míssil Smerch de 300 mm que não explodiu. A poucos metros, um carrinho de bebé e alguns brinquedos. A família que ali vive parece ainda estar em casa.
Passando a fronteira para o lado arménio, o rasto de detruição idêntico é também prolongado por um conflito que não mostra sinais de abrandamento, apesar dos apelos internacionais à contenção.