Mississipi aprova nova bandeira sem referência à escravatura, quatro estados legalizam posse de marijuana ou um passo atrás no acesso ao aborto entre mais de 120 decisões escrutinadas
À margem das grandes decisões da nação, a chamada às urnas desta terça-feira nos Estados Unidos ficou também marcada por mais de 120 votações paralelas e mais locais. Algumas bem curiosas e até reveladoras das diferenças internas entre estados.
A Florida, por exemplo, tornou-se no oitavo estado a aprovar o aumento do salário mínimo.
Atualmente nos 8,56 dólares/hora (cerca de €7,3/h), o aumento será progressivo e começa já no próximo ano nos 10 dólares/hora (€8,5/h) e tem previsto chegar aos 15 dólares/hora (€12,8/h) em 2026.
Nova Jérsia, Arizona, Dacota do Sul e Montana aprovaram decretos para legalizar a posse de marijuana para uso recreativo pessoal por adultos, elevando a conta para 15 estados onde consumir canábis passa a ser legal.
O Dacota do Sul e o Mississipi aprovaram ainda o uso medicinal da canábis, a partir de agora possível em 35 estados norte-americanos.
O Oregon aprovou a descriminalização da posse de pequenas quantidades de quase todos os tipos de narcóticos.
No Delaware foi feita história na votação para o Senado. A democrata Sarah McBride tornou-se no primeiro senador transgénero na história dos Estados Unidos e na mais alta patente da comunidade LGBTQ+ nas terras do "Tio Sam".
No Mississipi, além do referido uso medicinal da canábis, foi também aprovada a mudança para uma nova bandeira estadual sem referência à antiga Confederação e por conseguinte eliminando as referências à escravatura.
A mudança da bandeira será passada a lei no próximo ano, com a integração de uma magnólia branca no novo estandarte do Mississipi.
Na escolha do novo congresso, a Geórgia elegeu a republicana Marjorie Taylor Greene, uma controversa promotora das conspirações pró-Trump propagadas pela rede de informações falsas QAnon.
O FBI já tinha avisado Marjorie Taylor Greene de poder incorrer num crime de traição se mantivesse a defesa da "Q", mas os eleitores não se importaram com essa ligação e decidiram mesmo ser representados por esta alegada promotora de conspirações.
No Luisiana foi dado um passo atrás na proteção do direito ao aborto.
A partir das seis semanas de gestação, quando os fetos começam a revelar batimentos cardíacos, as mulheres deixam de poder recorrer à interrupção voluntária da gravidez exceto em caso de risco de vida.