Incerteza económica compromete comércio da cidade.
Fabrizio Caliendo tem um bar no centro histórico de Nápoles. Juntou-se aos últimos protestos que se espalharam pela cidade, porque diz que se sente dececionado com o governo. Foi vítima da Camorra duas vezes, o grupo mafioso arruinou-lhe a carreira e os negócios com as tentativas de chantagem.
Em 1998, o testemunho de Fabrizio levou à prisão de quatro membros da Camorra. Depois de dedicar a vida a defender a liberdade, culpa o governo pela falta de apoio e acredita que o risco de famílias em dificuldades recorrerem à Camorra em busca de ajuda é bem real.
Para muitos, Nápoles, é uma espécie de alarme para o resto do país. Vimos isso no primeiro protesto contra as restrições há alguns dias. Depois as manifestações espalharam-se por todo o país. Noutras palavras, o que quer que aconteça em Nápoles é replicado no resto do país.
Pessoas que perderam os empregos foram para as ruas. Lorenzo faz parte da “il sud conta” - uma rede de organizações que representa centenas de trabalhadores: “O que está a deixar as pessoas ainda mais desesperadas agora são duas coisas: o agravamento situação sanitária e a incerteza económica para o futuro.”
A maior parte do comércio de Nápoles está a sofrer devido à falta de turistas.
Os moradores na cidade parecem estar mais preocupados com a disseminação da Covid-19 do que com o aumento das tensões sociais.
Nápoles é conhecida pela agitação social, mas esta crise sanitária e económica está a obrigar os italianos a passar por um dos testes mais duros.