A Polónia afirma que o mecanismo que liga a atribuição de fundos europeus ao cumprimento das regras do estado de direito limita a soberania do país
A Polónia apoia a Hungria na decisão de vetar o orçamento europeu devido às objeções relacionadas com as regras do Estado de Direito.
Os dois países acusam Bruxelas de ameaças à sua soberania ao fazer depender a atribuição de fundos ao cumprimento das regras de governação do bloco.
"A proposta avançada pelo Parlamento Europeu através da iniciativa de políticos alemães vai contra os interesses fundamentais da Polónia. Independentemente das consequências para a Polónia, todos os políticos polacos devem falaer a uma só voz: não concordamos com essas soluções. Não concordamos com uma limitação tão radical da soberania da Polónia", anunciou Zbigniew Ziobro, ministro polaco da justiça.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, anunciou a intenção de vetar o orçamento europeu e o pacote de auxílio pós-pandemia. Órban alega que o mecanismo que faz depender a atribuição de fundos europeus ao cumprimento das regras de estado de direito limita a soberania do país.
O analista político baseado em Budapeste, Adam Vermes, afirma:
"A Hungria e a Polónia precisam do dinheiro porque são grandes beneficiários dos fundos da União Europeia e a segunda vaga da pandemia infelizmente também afetou estes países do leste com gravidade. Penso que o objetivo destes dois governos 'não alinhados' seria alcançar um acordo antes da votação final marcada para dezembro".
Funcionários europeus afirmam que o novo mecanismo orçamental constitui uma forma de limitar os governos polaco e húngaro, ambos acusados de limitarem o poder judicial em ambos os países assim como a liberdade de imprensa.