Vela: o lado feminino da Vendée Globe

A Vendée Globe é também e cada vez mais uma história de mulheres: na nona edição da volta ao mundo à vela em solitário, seis dos 32 "skippers" atualmente em competição são do sexo feminino. Seis mulheres, de três nacionalidades diferentes.
Uma presença importante para a britânica Sam Davies que, ao leme do veleiro Initiatives-Coeur, é a única a já ter realizado a aventura, com um brilhante quarto lugar na edição de 2008/2009.
Com um Imoca de última geração equipado de "foils", Davies não esconde os objetivos ambiciosos para esta segunda participação, nomeadamente tentar bater o recorde da prova de 74 dias, estabelecido por Armel Le Cléac'h há quatro anos.
Defender o planeta e em particular dos oceanos
Se a ambição competitiva está presente no espírito destas participantes, para algumas delas este desafio passa sobretudo por chamar a atenção para questões mais vastas, como a proteção do planeta.
Um projeto no qual embarcou particularmente a francesa Alexia Barrier, fundadora da 4MyPlanet, que participa com o mais velho dos veleiros em prova, construído em 1998.
Mas o que importa a classificação numa prova, quando a mensagem principal é outra? Em 2009, Alexia tornou-se na primeira mulher a lançar-se numa volta ao mundo a vela em benefício da ciência.
Apesar das duas décadas de experiência em alto mar, a britânica Pip Hare lança-se também este ano pela primeira vez na aventura da Vendée Globe. Objetivo principal: completar a volta ao mundo e disfrutar ao máximo da viagem!
Um "passageiro clandestino" a bordo
Numa regata em solitário e sem assistência, todas elas têm, tal como o resto dos participantes, de dedicar uma parte do tempo a bordo a efetuar reparações e ajustes nos respetivos veleiros.
Tarefas árduas, mas que podem oferecer momentos inesperados, como aconteceu com a francesa Clarisse Crémer, que encontrou um "passageiro clandestino" a bordo, um pequeno caranguejo que ela descobriu num compartimento do veleiro, em pleno oceano Atlântico.
O lado feminino da Vendée Globe conta ainda com a participação da franco-alemã Isabelle Joschke e da britânica Miranda Merron, que efetuou a primeira travessia do Atlântico à vela com apenas 9 anos.