Secretário de Estado norte-americano reuniu-se em Doha com representantes do governo do Afeganistão e dos talibã, mas processo de paz avança lentamente
Mike Pompeo esteve este sábado no Qatar para tentar mediar um acordo de paz entre o governo do Afeganistão e representantes dos talibã, um movimento sunita rebelde na base de décadas de violência no país.
Em contagem decrescente para deixar a Casa Branca à Administração Biden, o secretário de Estado em exercício embarcou numa derradeira digressão pela Europa e Médio Oriente para tentar ganhar mais alguns pontos diplomáticos para o legado de Donald Trump.
Mas depois de ter gerado críticas ao ter-se tornado esta semana no primeiro alto responsável americano a visitar um colonato israelita na Cisjordânia, também a paz no Afeganistão parece difícil de alcançar ainda no mandato de Trump.
Após a respetiva reunião com Pompeo, em Doha, o Alto Responsável afegão para a reconciliação no país deixou perceber que o acordo para umas tréguas com os talibã não é fácil, um compromisso entre as partes também não é impossível.
De forma anónima, fonte dos talibã garantiu à Associated Press haver espaço para um acordo.
Antes, o movimento sunita já se tinha demarcado totalmente do ataque pela manhã em Cabul.
Pompeo aterrou em Doha pouco depois desse atentado contra diversas áreas residências da capital afegã ter feito pelo menos oito mortos e dezenas de feridos.
O ataque viria a ser reivindicado mais uma vez pelo grupo local afiliado aos terroristas do Estado Islâmico. Os extremistas têm vindo a agravar a atividade no Afeganistão e poderão estar a preparar-se para ganhar terreno quando os Estados Unidos concretizarem a retirada parcial de militares anunciada há dias por Trump.
Para tentar apaziguar os receios por essa retirada militar, o Pentágono anunciou a mobilização de bombardeiros B52-H, com potencial nuclear, para sobrevoar certas áreas no Médio Oriente e sublinhar que a presença militar americana na região não termina.