Empresários da restauração e da noite pedem apoio para o setor e querem ser ouvidos pelo governo
No acampamento improvisado frente à Assembleia da República, em Lisboa, os três dias de jejum trazem à flor da pele as emoções. Nove empresários da restauração e da noite protestam desde sexta-feira por causa das restrições impostas ao sector por causa da Covid-19 em Portugal. Dizem querer trabalhar. No mínimo, pedem ajuda para fazer face às despesas.
"É uma falta de respeito para com todos estes privados que fizeram investimentos a vida inteira. Há restaurantes familiares aqui representados que não têm como sobreviver," diz João Sotto Mayor, empresário da restauração.
Ao lado, Alberto Cabral, empresário da noite e representante das discotecas do norte, explica que o único remédio é "um apoio financeiro - um apoio a fundo perdido - imediato", porque os empresários do setor estão "completamente descapitalizados". "Sabemos que não temos condições para abrir as discotecas, mas precisamos de apoio, porque estamos há nove meses sem um euro que seja," acrescenta.
De acordo com o movimento Sobreviver a Pão e Água, 110 mil trabalhadores da restauração e noite podem perder o emprego no próximo mês.
O governo anunciou um apoio excecional de 25 milhões de euros para os restaurantes nos concelhos em estado de emergência a pagar já em dezembro. Dos 750 milhões do programa de apoio a micro e pequenas empresas, quase um terço deverá ser absorvido pela restauração.