Vacina está mais perto, mas ainda longe de salvar o Natal

O agravamento da pandemia por toda a Europa está a preocupar e nem mesmo a perspetiva da antecipação do plano de vacinação pode permitir facilitar as tradicionais reuniões familiares de Natal.
Diversos governos estão neste momento a analisar todos os dados concretos da pandemia, a ouvir os as recomendações dos especialistas de saúde e a reavaliar as medidas mais ligeiras já anunciadas por alguns para a noite de Consoada.
Alemanha
Os alemães aproveitaram o último dia de "liberdade" antes de um novo confinamento apertado para fazer as derradeiras compras de Natal.
A partir desta quarta-feira e até 10 de janeiro, a Alemanha volta a cerrar fileiras contra a Covid-19 e a apertar as regras, incluindo os limites de pessoas juntas nas celebrações da Consoada em família.
Cada domicílio pode convidar apenas até quatro pessoas de fora e crianças até 14 anos. Os governos federal e estaduais recomendam um género de quarentena de sete dias pré-reunião de Natal.
Os restaurantes podem continuar a vender comida para fora, mas passou a ser proibido o consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos, o que proíbe a venda de vinho quente na rua, uma atividade que vinha a conquistar uma grande adesão.
Chéquia
A antiga República Checa, onde já morreram mais de nove mil pessoas infetadas pelo SARS-Cov-2, volta a implementar o recolher obrigatório na sexta-feira depois de há apenas duas semanas ter voltado a permitir a abertura de lojas não essenciais.
Países Baixos
A antiga Holanda também começou esta terça-feira um longo período de cinco semanas de confinamento para travar o agravamento local da epidemia.
Com mais de oito mil infeções diárias nos últimos cinco dias, o primeiro-ministro Mark Rutte reiterou que o confinamento mais apertado era "inevitável" e esta quarta-feira também as escolas fecham e assim se devem manter até 18 de janeiro apesar da pressão no Parlamento.
Apenas a consoada tem alguma abertura para celebrações familiares com a permissão de até três pessoas de fora poderem ser convidadas.
Reino Unido
Depois de anunciar uma nova variante do SARS-Cov-2, o governo britânico fez também saber estar ainda a analisar quais as medidas de facto a aplicar no Natal.
O receio de que o serviço nacional de saúde possa ficar saturado levou Escócia, Gales e Irlanda do norte a adiar a decisão para o final da semana, sabendo-se que a decisão do Governo de Boris Johnson apenas vincula o território da Inglaterra.
Uma das alterações ao que já foi anunciado pode ser a redução de três para duas famílias se reunirem na mesma casa para celebrar a Consoada.
O Reino Unido pode ter ultrapassado as 81 mil mortes esta quinta-feira, de acordo com um levantamento citado pelo jornal The Guardian, e os dados oficiais dão conta de um agravamento de 15% nas hospitalizações, o que está a preocupar as autoridades.
Itália
O Governo italiano está igualmente a rever as medidas previstas para o período de Natal. O último balanço diário registou mais 840 mortes e quase 15 mil infeções.
A vacina está já muito perto, mas ao mesmo tempo ainda longe de pôr um fim à epidemia e o primeiro-ministro Giuseppe Conte estabeleceu como prioridade evitar a todo o custo uma terceira vaga de Covid-19 no país.
França
Em França, está em vigor um recolher obrigatório entre as 20 horas e as 06 horas da manhã.
Os eventos culturais continuam proibidos e os artistas manifestaram-se esta terça-feira para expressarem a morte de um setor avaliado em mais de 45 milhões de euros.
As autoridades de saúde francesas registaram entretanto mais 790 mortes e 11 mil novas infeções em 24 horas e o Governo decidiu antecipar também o fecho das escolas já para esta quinta-feira para começar já a reduzir os contactos sociais ao máximo através das crianças.