Aldeia de Natal abre em Beirute quatro meses após explosão

Quatro meses após uma violenta explosão ter arrasado o porto de Beirute e vários bairros vizinhos, a organização humanitária “Solidarity” decidiu proporcionar alguma alegria aos residentes nas zonas afetadas em agosto e abriu uma aldeia de Natal.
A iniciativa pretende dar algum conforto coletivo aos residentes na capital do Líbano nesta tradicional quadra festiva.
É o caso de Ula Deeb, que apesar de ser uma das pessoas que perdeu a casa com a explosão, nos garante que o povo vai continuar "forte e a viver com esperança".
A trágica e impressionante explosão aconteceu a 4 de agosto, provocada por uma deflagração num depósito onde estava armazenado nitrato de amónio.
As ondas de choque foram sentidas na Turquia e em Israel. Houve quem garantisse no Chipre ter ouvido a explosão.
Mais de 200 pessoas morreram e pelo menos 7.500 ficaram feridas.
O New York Times noticiava há poucos dias que elites políticas libanesas estão a tentar travar a investigação e derrubar o juiz responsável pelo caso que veio intensificar ainda mais a revolta contra o Governo, agora interino.
A atravessar uma crise económica há mais de um ano, agora agravada pela pandemia e pelo impacto social da explosão, o Líbano está sem um Governo formal desde que o primeiro-ministro Hassan Diab se demitiu em setembro.
A União Europeia, representada pelo Presidente francês Emmanuel Macron, o Banco Mundial e as Nações Unidas comprometeram-se em criar um fundo para ajudar na recuperação do Líbano, mas exigem reformas no país, algo complicado sem a existência de um Governo capaz de decidir.