Pelo menos dois dos militares terão sido considerados suspeitos de ligação a grupos antigoverno e opiniões exremistas
Pelo menos 12 soldados dos 25 mil mobilizados para garantir uma pacífica tomada de posse a Joe Biden foram dispensados por motivos de segurança, revelaram altos responsáveis da Defesa dos Estados Unidos, citados pelos meios de comunicação locais.
Pelo menos dois dos militares dispensados tinham manifestado opiniões extremistas ou reveladoras de manterem ligações a grupos de extrema-direita, adianta a Associated Press, citando fontes anónimas do Pentágono, acrescentando não terem sido encontradas ameaças diretas ao Presidente eleito.
Depois da invasão do Capitólio por apoiantes de Donald Trump a 6 de janeiro, dia em que se esperava uma pacífica certificação do resultado das eleições presidenciais de 3 de novembro, uma enorme rede de segurança foi montada em Washington para garantir a pacífica transição das chaves da Casa Branca para as mãos de Joe Biden.
Além dos 25 mil soldados da Guarda Nacional mobilizados para a tomada de posse, existem mais dois mil soldados de segurança envolvidos na cerimónia.
Fazem parte do habitual contingente destacado para estas transições de presidência e, este ano, até foram reduzidos dos habituais 3.500 por causa das medidas de contenção da epidemia.
Para alguns residentes em Washington o dispositivo de segurança implementado no Distrito Federal "é muito estranho e assustador."
Um residente identificado apenas como York admitiu a uma televisão chinesa em reportagem na cidade admitiu nunca ter visto "tantos militares e polícias" mobilizados em Washington. "Percebemos porquê, mas parece-me estranho e, sim, é um pouco distópico", acrescentou.
Uma outra residente, já há 30 anos no Distrito Federal e identificada como Jane, admitiu à Associated Press que todo o dispositivo de segurança instalado "é assustador". "Lembro-me de dizer ao meu marido: 'Aposto que vão ter uma zona verde como têm no Iraque'. No dia seguinte, diziam nos jornais que tinham estabelecido uma zona verde", contou.
Por motivos de segurança, inclusive sanitária, apenas um número limitado de pessoas estão autorizadas a testemunhar o juramento da Constituição por Joe Biden e pela vice-presidente Kamala Harris.
Ausente por decisão próprio vai estar o Presidente cessante Donald Trump. A liderar a transição e a entrega das chaves da Casa Branca ao Presidente eleito estará o vice-presidente Mike Pence.
A 59.ª cerimónia de tomada de posse tem previsto começar pelas 11 horas da manhã locais (16h em Lisboa).
Uma hora depois, como manda a tradição, termina a presidência da Administração Trump e começa o mandato de Joe Biden, o 46.° Presidente dos Estados Unidos da América.