Em tempo de pandemia, o Dia Internacional da Memória do Holocausto é assinalado de forma digital
Judeus, homossexuais ou ciganos. Os nomes de milhares de vítimas do holocausto preenchem a fachada da Embaixada de França em Berlim. Uma instalação com um significado acrescido: É um símbolo da cooperação e da amizade franco-alemã, nascida no esteio da Segunda Guerra.
Há exatamente 76 anos, as tropas aliadas entravam no campo de concentração de Auschwitz.
Dia Internacional da Memória do Holocausto, este ano assinadado quase sem cerimónias presenciais, devido à pandemia.
A Comissária alemã para a Cultura e Comunicação Social sublinha que hoje "é especialmente importante lembrar onde o ódio e a agitação, o anti-semitismo, o ressentimento levaram ao Holocausto". Monika Grütters diz que "os limites do que pode ser dito estão a mudar" e que se vê "cada vez mais ódio e incitação", seja nas redes sociais como nas ruas.
No espaço público, a instalação digital faz parte da iniciativa #CadaNomeConta.
Floriane Azoulay, Directora dos Arquivos Alemães, explica que o projeto de digitalização dos documentos da época proporciona "uma nova forma de cultivar a Memória". Qualquer um poderá informar-se sobre uma vítima e nesse gesto ser "confrontado com essa pessoa e o seu destino".
A Embaixadora da França em Berlim conta que registou os nomes e datas de uma mulher francesa que vivia na cidade onde nasceu. Um processo que a fez questionar o que aconteceu. Para Anne-Marie Descôtes, esta é uma forma do cidadão comum "participar e entrar na grande História".
Com a soma dos anos, perdem-se testemunhos. Há cada vez menos os sobreviventes do Holocausto que possam contar as memórias dos dias negros. #CadaNomeConta.pretende perpetuar esses testemunhos.