Europa de olhos postos na vacina russa

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A Hungria foi o primeiro, mas há outros países da União Europeia, como França e Alemanha, à espera que a EMA aprove a vacina russa para a encomendarem

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A Sérvia é um dos países mais avançados da Europa na administração das vacinas. O país, que aspira entrar na União Europeia, tem fortes laços com a Rússia e encomendou vacinas à Rússia e à China. O governo pretende comprar as vacinas disponíveis no mercado e deixar os cidadãos escolherem as que querem tomar. A primeira-ministra, Ana Brnabic, diz que numa crise de saúde global, não entram considerações geopolíticas.

"A Sérvia esteve entre os poucos países que não consideraram a compra e distribuição de vacinas como uma questão geopolítica e é por isso que penso que somos tão bem sucedidos. A única questão relevante para nós é se se trata de uma vacina segura e eficaz e penso que o mundo teria um aspeto muito diferente, hoje, se todos olhassem para a vacina como uma questão de saúde e não como uma questão geopolítica".

Para além da geopolítica, o Ocidente também tem preocupações com a segurança da Sputnik V, por ter sido desenvolvida tão rapidamente e pela forma como foi promovida por Moscovo,

Nicu Popescu, Diretor da Wider Europe , refere: "Sabemos que na Rússia muitos médicos se recusam a tomar a vacina; o presidente russo até agora não foi vacinado com a vacina russa e as sondagens de opinião mostram bastante desconfiança na Rússia, em relação à vacina russa. E penso que isso se deve em parte ao facto de a Rússia ter enfatizado e politizado a promoção da sua vacina em agosto e setembro, o que, a médio prazo, diminuiu de facto a confiança na sua eficácia".

Apesar dessas preocupações, a Hungria já autorizou a utilização da vacina russa e, face à escassez no fornecimento, outros países da UE como a Alemanha e a França, poderão seguir-se, se obtiverem a aprovação da Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Gabriel Attal, porta-voz do governo francês, não deixa dúvidas: "Logo que um laboratório pede o registo da sua vacina na Agência Europeia do Medicamento, a questão é examinada, sem ter em conta a nacionalidade. O que queremos é que seja segura e penso que é o caso da vacina russa, que será examinada como todas as outras".

A Comissão Europeia procura alternativas para o abastecimento de vacinas, sobretudo após os problemas com a Astrazeneca. Bruxelas insiste que, qualquer que seja a origem, a prioridade será sempre a segurança dos cidadãos.

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