UE e EUA exigem libertação imediata de Navalny

Líderes europeus em uníssono reclamaram a "libertação imediata" do líder da oposição russa Alexei Navalny, condenado esta terça-feira a uma pena de prisão efetiva por alegadamente ter violado os termos de uma sentença com pena suspensa de 2014, quando se encontrava na Alemanha a recuperar de uma tentativa de envenenamento.
Vinte diplomatas estrangeiros assistiram à audiência num tribunal de Moscovo, entre denúncias de ingerência do Kremlin.
A advogada de Navalny, Olga Mikhailova, afirmou que vão apresentar recurso e "informar o Comité de Ministros do Conselho da Europa, encarregue de vigiar a implementação das decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, o que a Rússia não fez."
A instância europeia tinha considerado "ilegítima" a condenação de 2014 contra Navalny.
O líder da oposição diz que o Kremlin quer agora silenciar as vozes críticas. Navalny diz que o mais importante "não é como terminou a audiência, nem se há cadeia ou não", porque "é fácil" metê-lo na prisão "com outra acusação. O objetivo é assustar um grande número de pessoas, prender um para meter medo a milhões."
A pena suspensa de três anos e meio, ditada em 2014, foi comutada em prisão efetiva. Navalny, que já tinha passado 10 meses em prisão domiciliária, deverá agora cumprir os outros dois anos e oito meses numa colónia penal.
Navalny foi detido no regresso à Rússia, a 17 de janeiro, vindo da Alemanha onde se recuperou da alegada tentativa de assassinato por envenenamento, cuja responsabilidade é categoricamente negada pelo Kremlin.
Trezentos e cinquenta apoiantes de Navalny foram detidos no exterior do tribunal de Moscovo, quando decorria esta terça-feira a audiência.
A Comissária dos Direitos Humanos do Conselho da Europa diz que, com a decisão, a Rússia contradiz as suas obrigações em termos de Direitos Humanos, enquanto o presidente do Conselho Europeu afirmou não aceitar a sentença contra Navalny.
Os Estados Unidos também já reagiram, com o secretário de Estado Antony Blinken a escrever no Twitter que a administração está bastante preocupada" com as ações da Rússia e exige a "libertação imediata e incondicional" de Navalny.
Mais de cinco mil pessoas foram detidas nas manifestações de apoio ao líder da oposição russa, no passado fim-de-semana.