Universidade austríaca estudou presença de anticorpos na estância de Ischgl que, no início da pandemia, foi o principal ponto de propagação da Covid-19 na Europa
A imunidade depois da infeção pelo coronavírus continua pelo menos durante oito meses.
Esta é a conclusão de um estudo da Universidade de Medicina de Innsbruck. A universidade austríaca analisou habitantes da estância de esqui no Tirol que, no início da pandemia, foi o principal ponto de propagação da Covid-19 na Europa.
Wegene Borena, coordenadora do estudo de imunização, explica que foram utilizados vários e diferentes procedimentos de teste de anticorpos com o objetivo de obter resultados válidos. “Entre as pessoas que participaram no primeiro estudo e que vieram para o acompanhamento, 90% continuam a ter anticorpos. E no grupo que foi examinado para imunidade celular, encontrámos indicações de que 70% ainda têm atividades celulares", revelou.
Para os investigadores, os dados deste estudo permitem pensar no regresso de uma “espécie de normalidade”.
Dorothee von Laer, diretora do Instituto de Virologia da Universidade Médica de Innsbruck, acredita que com algum distanciamento social, algumas medidas que não prejudicam as pessoas e com uma taxa de vacinação de cerca de 50%, “uma espécie de vida quotidiana normal pode ser novamente possível”.
O estudo sugere ainda que a imunidade de grupo pode começar a fazer efeito mais depressa do que se pensava, uma vez que a estância de Ischgl teve em novembro uma segunda vaga de infeções muito menor do que cidades com tamanho e população semelhantes na mesma região.