Debate sobre armas na ordem do dia no Brasil

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De  Rodrigo Barbosa  com AP / Lusa
Proprietário de carreira de tiro em Americana, no Brasil
Proprietário de carreira de tiro em Americana, no Brasil   -  Direitos de autor  Andre Penner/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.

O debate sobre o porte de armas está na ordem do dia no Brasil, depois de este mês o presidente Jair Bolsonaro ter alterado quatro decretos federais ampliando o acesso às armas de fogo e munições no país.

Segundo os novos textos, os cidadãos com licença de posse e porte de arma passam a poder comprar até seis armas e duas mil munições por ano e o certificado de "formação técnica" emitido pelas autoridades que era exigido para o acesso às armas pode ser agora substituído por uma declaração de um clube de tiro que ateste que o requerente pratica "habitualmente".

Os opositores contestam a liberalização num dos países mais violentos do mundo.

Ilona Szabó de Carvalho, presidente do Instituto Igarapé:"Para nós o controlo de arma é chave, tanto para a segurança pública, como para a democracia do país. Desde o início, quando a gente vê que há uma interferência do poder executivo, no poder legislativo [...] nós estamos recorrendo, tanto junto a parlamentares, quanto a partidos que estão entrando com ações no Supremo Tribunal Federal."

Defensores do porte de armas sublinham que a maioria das armas usadas em crimes violentos são adquiridas de forma ilegal.

Eduardo Barzana, proprietário de carreira de tiro:"O bandido não quer uma pistola que você compra para se defender, para ter na loja, ele não quer um rifle que eu uso para competição, [...] Ele quer um fúsil e ele vai lá fora, vai no Paraguai, vai no Uruguai, compra e traz."

A flexibilização no acesso às armas foi uma das grandes promessas de campanha de Bolsonaro em 2018, mas sondagens recentes mostram que 73% dos brasileiros defendem uma legislação mais estrita.

Desde que Bolsonaro chegou ao poder, houve um aumento de 65% no número de armas registadas no Brasil, mas peritos acreditam que o número real em circulação no país pode ser "10 a 15 vezes superior".

Editor de vídeo • Rodrigo Barbosa

Outras fontes • Deutsche Welle / Agência Brasil