Bélgica vai repatriar filhos de combatentes jihadistas

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Direitos de autor DELIL SOULEIMAN/AFP
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De  Isabel Marques da SilvaAna Lázaro
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A Bélgica é um dos países europeus que teve um maior número de nacionais a deixarem o país para serem combatentes na Síria e no Iraque, estimando-se que mais de 400 tenham entrado nas fileiras dos jihadistas.

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O governo da Bélgica decidiu repatriar os filhos de belgas que se alistaram em grupos extremistas islâmicos no Médio Oriente (designados por jihadistas).

Poderão regressar crianças menores de 12 anos que estejam detidas em campos no nordeste da Síria, sob controle das autoridades de etnia curda - o que se deverá aplicar a entre 30 e 50 crianças.

O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, argumentou que se os menores continuassem nos campos sírios corriam um risco significativo de se tornarem "os terroristas de amanhã".

Mas a verdade é que existem, também, decisões judiciais que obrigam o governo a fazê-lo.

Há anos que a eurodeputada belga dos verdes Saskia Bricmont lutava por esta medida: “A decisão de repatriar crianças é extremamente importante e urgente por uma razão humanitária, porque as crianças estão a crescer sem água potável, sem alimentação adequada, com todas as consequências psicológicas e físicas inerentes, correndo risco de desenvolverem doenças crónicas".

"A segunda razão é a segurança. Embora seja má há muito tempo, a situação nos campos está a deteriorar-se, os curdos perderam o controle do campo de Al-Hol, por exemplo. Muitas mulheres estão em risco de voltar a estar sob o controlo do autodenominado Estado Islâmico. Não se pode permitir que crianças e mulheres europeias regressem às mãos do Estado islâmico”, acrescentou a eurodeputada, em entrevista à euronews.

Mães são alvo de processos judiciais

A Bélgica também considera a possibilidade de repatriar as mães, estando a analisar caso a caso, já que algumas foram condenadas à revelia pelos tribunais belgas e outras são alvo de mandados de detenção internacionais.

A Bélgica é um dos países europeus que teve um maior número de nacionais a deixarem o país para serem combatentes na Síria e no Iraque, estimando-se que mais de 400 tenham entrado nas fileiras dos jihadistas.

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