Estudo mostra que 15% da população quer a vacina russa mas as autoridades de saúde ainda não aprovaram a utilização
Os números da covid-19 têm vindo a baixar na Eslováquia mas a esmagadora maioria da população continua por vacinar. Bratislava pede a Bruxelas mais vacinas para os países de leste, mas ao mesmo tempo tem armazenadas 200 mil doses de Sputnik V, que ainda aguardam aprovação por parte autoridades de saúde e deram origem a um braço de ferro com Moscovo.
Apesar da polémica, os cidadãos veem com bons olhos a vacina russa, é o caso desta estudante, que admite que a escolheria sem hesitar, uma vez que não ouviu comentários negativos relativamente aos efeitos secundários, contrariamente ao que acontece com a vacina da AstraZeneca.
Não é caso único, um estudo revela que 15% da população eslovaca prefere a Sputnik V, um número bastante elevado relativamente aos seus vizinhos.
Katarína Klingová é uma investigadora política e refere que essa preferência não se limita às vacinas e está relacionada com a imagem positiva que a Rússia tem no país, onde 78% dos eslovacos considera a Rússia um país irmão.
A saga envolvendo a compra da Sputnik V por parte do governo eslovaco está longe do fim. Moscovo pediu a devolução das vacinas e acusa Brastislava de criar notícias falsas, já as autoridades eslovacas acusam os fabricantes da vacina de divulgarem propaganda online.
De acordo com a investigadora, "os russos acusaram as autoridades médicas da Eslováquia de sabotagem, de violar o acordo de compra, o que não é verdade."
A polémica compra, à revelia dos parceiros de coligação no governo, levou à queda do então primeiro-ministro, Igor Matovič. O seu sucessor, Eduard Heger, já disse estar só à espera dos testes à Sputnik V, realizados na Hungria, para tomar uma decisão sobre a sua utilização no país.