A AfroGames é uma organização que recruta jovens desfavorecidos no Rio de Janeiro e faz deles jogadores profissionais de vídeojogos
As ruas das favelas do Rio de Janeiro são cenário de vários jogos de vídeo e para Thiago Soares Pestana fazem parte do caminho para uma nova vida. Cinco dias por semana percorre as vielas do bairro até ao Centro Cultural onde treina. É um atleta do teclado e da rapidez mental. Faz parte da equipa de "desportos eletrónicos" da AfroGames, uma organização que nasceu no coração da favela.
"A gente tem aqui aulas de física, psicóloga e aulas de inglês. E estamos aqui com treinador de segunda a sexta," explica Thiago. Ao lado, Caio Silva de Oliveira, o treinador, orienta os jogadores. Considera que "uma rotina boa de treino e uma boa comunicação" são fundamentaispara "um bom trabalho em equipe."
A AfroGames já recrutou cerca de 100 jogadores. Vêm das comunidades desfavorecidas do Rio de Janeiro e muitos nem sequer têm computador em casa.
Gabriela Evellyn é a única mulher da equipa. Os videojogos abriram-lhe os horizontes e ainda considera que "é muito surreal" fazer parte da equipa. "Acho que mudou muita coisa na minha vida, tanto financeiramente quanto em termos de objetivos", confessa.
Os jogadores esperam agora poder competir ao mais alto nível nos campeonatos internacionais de eSports. A indústria dos vídeojogos deve faturar este ano cerca de 150 mil milhões de euros.