Presidentes da Rússia e dos EUA reúnem-se na quarta-feira em Genebra
Com uma Aliança Atlântica mais coesa depois da cimeira da NATO o Presidente norte-americano Joe Biden prepara-se para se reunir esta quarta-feira em Genebra com quem apelidou de adversário à altura: Vladimir Putin.
Não se espera uma reunião consensual embora os dois líderes tenham proferido elogios mútuos.
Joe Biden declarou que vai "deixar claro ao Presidente Putin que existem áreas em que podemos cooperar se ele quiser. Se ele optar por não cooperar e agir da mesma forma que tem feito no passado, relativamente à cibersegurança e algumas outras atividades, então vamos responder".
Putin referiu numa recente entrevista que, sim, existem áreas de interesse mutuo. "Temos um relacionamento bilateral que se deteriorou até ao ponto mais baixo dos últimos anos. No entanto, existem matérias que necessitam uma serie de apontamentos, diagnósticos e determinação em posições mutuas, para que áreas de interesse mútuo possam ser lidadas de uma forma eficiente e eficaz, tanto no interesse dos Estados Unidos como da Rússia", afirmou.
Mas há assuntos que dividem. Para lá da expansão militar russa, o relacionamento com o ocidente caiu em especial com a anexação da Crimeia. O reforço da cooperação entre Moscovo e Pequim é também uma preocupação crescente, tal como a violação dos direitos humanos, em particular o recente envenenamento e detenção do dissidente russo Alexei Navalny.
Mais, há ainda os alegados ciberataques russos contra a empresa de produtos alimentares JBS e o oleoduto da Colonial Pipeline, ações negadas, como foram as interferências nas presidenciais norte-americanas e no Brexit.
Assuntos não faltam para os dois líderes mundiais se entreterem. Uma oportunidade, pelo menos, para desenhar o mapa dos desentendimentos e eventualmente o roteiro para uma coexistência saudável.