Justiça por Samuel: Polícia detém suspeitos pela morte

Manifestação por Samuel Luiz nas Portas do Sol , em Madrid
Manifestação por Samuel Luiz nas Portas do Sol , em Madrid Direitos de autor AP Photo/Bernat Armangue
De  Francisco Marques
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Jovem enfermeiro de 24 anos, natural do Brasil, foi espancado alegadamente apenas por ser homossexual

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A polícia espanhola deteve três pessoas suspeitas pela morte de Samuel Luiz Nuñez, um jovem enfermeiro de 24 anos, natural do Brasil, espancado na madrugada de sábado alegadamente apenas por ser homossexual.

Os detidos têm entre 20 e 25 anos e são suspeitos de serem os autores da agressão fatal do jovem enfermeiro.

As detenções aconteceram depois de pelo menos 15 pessoas terem sido interrogadas pela polícia da Corunha, onde o caso ocorreu em plena Semana do Orgulho Gay, que terminou no domingo.

Milhares de pessoas manifestaram-se em Espanha na segunda-feira devido ao assassinato do jovem homossexual.

Organizado por diversos grupos ativistas LGBT, o protesto começou na praça Maria Pita, na Corunha, mas teve eco por toda Espanha, inclusive na Praça do Sol, em Madrid, onde ganhou força a teoria de que Samuel "foi morto apenas por ser 'maricón'", gritaram os manifestantes.

O protesto gerou a "hashtag" #JusticiaParaSamuel e teve a adesão de diversas personalidades como o eurodeputado socialista ortuguês Pedro Marques.

Andrew Martin, do movimiento "Marika", de Madrid, afirmou que "a concentração" foi convocada "como resposta ao assassinato do Samuel no fim de semana, por ser homossexual".

"Repetimos isto várias vezes: Mataram o Samuel por 'maricón'. Somos insultados e a violência que sofremos, as agressões que sofremos, acontecem por sermos 'maricóns', por sermos diferentes, por sairmos da norma", alegou o ativista.

O caso da agressão fatal a Samuel Luiz é apenas mais um dos vários com relação à homofobia em Espanha.

No fim de semana anterior, um casal homossexual foi atacado também na Corunha. E na sexta-feira, de acordo com o jornal "El Mundo", ocorreu um outro caso de agressão homofóbica a um homem de 21 anos em Valência.

O primeiro ministro Pedro Sanchez disse esperar que a polícia encontre os responsáveis pela morte de Samuel Luiz.

As autoridades já ouviram mais de uma dezena de testemunhas, analisaram as imagens das câmaras de vigilância que terão filmado a agressão e detiveram três suspeitos.

As autoridades ainda não confirmaram o motivo das agressões, mas o delegado do governo da Galiza, José Miñones, citado pelo jornal "El País", garantiu que "nenhuma hipótese está descartada" e que a investigação prossegue, mantendo a possibilidade de se tratar de um crime de ódio contra um homossexual.

Outras fontes • El País

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