Documentarista norte-americano foi distinguido na abertura da Quinzena dos Realizadores
O Festival de Cinema de Cannes é muito mais do que a Seleção Oficial: a Quinzena dos Realizadores é outro ponto forte do evento.
De Francis Ford Coppola a Ken Loach, Agnès Varda ou Jim Jarmush, um grande número de cineastas de renome estreou aí algumas das suas mais emblemáticas longas metragens.
A euronews falou com Paolo Moretti, o diretor da Quinzena dos Realizadores nos últimos três anos.
Paolo Moretti, diretor da Quinzena dos Realizadores:"É uma seleção que, deste o início, tentou destacar visões únicas, que muitas vezes quebram os códigos da narrativa. Na Quinzena, tentamos manter-nos fiéis a esse conceito, a essa missão inicial e, cada ano, tentamos dar uma nova relevância à seleção [que fazemos], uma nova complementaridade ao resto do Festival de Cannes."
Cada ano, os realizadores galardoam um dos seus e, em 2021, a Carroça de Ouro homenageia o norte-americano Frederick Wiseman.
O documentarista apresenta, pela ocasião, o seu mais recente filme: "Monrovia, Indiana". Uma viagem sem filtros ao coração do Midwest americano.
Wiseman explica a sua posição particular no mundo da sétima arte e a surpresa com a notícia da distinção.
Frederick Wiseman, realizador:"Eu trabalho isolado e não tenho muito contacto com as pessoas no mundo do cinema. Por isso, é muito agradável que o trabalho seja reconhecido por pessoas que percebem o que estou a fazer. Fiquei muito contente, com esta surpresa. É uma grande honra, este reconhecimento pelo que tenho feito nos últimos 50 anos. Sinto-me bastante honrado [com este galardão]."
Wiseman recebeu a Carroça de Ouro na cerimónia de abertura da Quinzena dos Realizadores, acompanhada por uma ovação de pé.
Em competição, são apresentados 24 filmes e o tiro de partida foi dado com "Ouistreham", de Emmanuel Carrère, com Juliette Binoche no papel de uma escritora que se faz passar por uma empregada doméstica.