A realização da cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa permitiu celebrar diversos acordos bilaterais. Angola e Portugal aproveitaram para três novas parcerias
Angola assumiu esta sexta-feira a liderança da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
O chefe da diplomacia Téte António presidiu pela primeira vez os trabalhos do Conselho de Ministros do bloco lusófono e este sábado cabe ao Presidente João Lourenço dirigir pela primeira vez a reunião dos chefes de Estado e de Governo da CPLP.
À margem desta passagem de testemunho no bloco lusófono, Angola e Portugal aproveitaram para assinar alguns acordos bilaterais. Um deles, para facilitar as viagens essenciais entre os dois países.
"É um acordo feito com autorização da Comissão Europeia. Facilita a obtenção de vistos, designadamente para pessoas que tenham de se deslocar a Portugal por questões de trabalho, de saúde ou de estudo", explicou o ministro português dos Negócios Estrangeiros.
Augusto Santos Silva considerou esta parceria luso-angolana "uma espécie de antecipação" do acordo-quadro de mobilidade a celebrar este sábado, pela CPLP.
Foi também assinado um acordo bilateral no setor da educação, avaliado em €3,85 milhões, com €3,1 milhões assegurados pela cooperação portuguesa, e destinado à formação de professores angolanos de diversas disciplinas e anos letivos.
Para o ministro português, este acordo na área da Educação foi "o mais importante" dos celebrados agora em Luanda porque "é aquele que lança o novo programa de cooperação entre Portugal e Angola na área da educação, que começará a partir do próximo ano letivo e destina-se à formação de formadores" até 2025 nas províncias de Luanda e do Bié.
Foi ainda assinado uma outra parceria para a proteção recíproca de investimentos, que Augusto Santos Silva descreve também como "muito importante".
"Aí o foco é facilitar a vida dos nossos empresários e dos nossos trabalhadores, incentivando as trocas económicas entre Angola e Portugal", explicou o chefe da diplomacia portuguesa.
Em Luanda, começa agora um período muito desafiante. À liderança da CPLP, soma-se em 2022 também a presidência da Organização de Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (OEACP), um bloco de quase 80 países em plena "transformação", como referiu o ministro das Relações Exteriores de Angola.
"Que essa transformação seja qualitativa, mas que tenha como base uma uma cooperação frutífera e incluindo a cooperação tradicional que temos com a União Europeia", perspetivou Téte António.