Os campos de migrantes na Lituânia estão sobrelotados. As autoridades lituanas acusam a Bielorrússia de estar a promover a entrada de cada vez mais pessoas sem documentos no país.
No campo para migrantes de Rudninkai, na Lituânia, a chuva não arrefece a vontade sair dali.
Só este ano, mais de 4.100 pessoas, a maioria de origem iraquiana, chegaram ao país vindas da Bielorrússia, sem autorização para entrar.
Vílnius acusa o governo de Lukashenko de usar a migração como arma de retaliação às sanções da União Europeia.
Detidos em campos sobrelotados e sem capacidade de resposta, os migrantes que aqui chegam recusam-se a ser peças num xadrez político que não os deixa avançar.
É também a opinião Tamar Heidar, um migrante iraquiano de 22 anos, que afirma não estar a ser usado pela Bielorrússia. Heidar não quer saber do que aconteceu, diz que "todas as pessoas" no campo estão ali "para terem uma vida melhor" e "não porque a Bielorrússia os está a usar". Quando muito, conta, seria mais correto dizer "eu é que estou a usar a Bielorrússia",
Sem barreiras geográficas que separem os quase 679 quilómetros de fronteira entre a Lituânia e a Bielorrússia, as autoridades lituanas estimam que mais de 10 mil migrantes cheguem à fronteira do país este ano.
As contas têm por base o número de voos diretos do Iraque para a capital bielorussa, que em agosto triplicou.
Patrulhas fronteiriças estão a enviar migrantes de volta, mas os críticos alertam para uma possível violação do direito internacional.