Afeganistão: Mulheres temem o regresso dos talibãs

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A ONU estima que cerca de 250 mil pessoas já fugiram do Afeganistão desde maio, com receio do regresso ao poder dos Talibãs. 80% são mulheres e crianças

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A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que cerca de 250.000 afegãos fugiram das suas casas desde o final de maio, com receio de que os talibãs reimponham a sua interpretação estrita e impiedosa do Islão, sobretudo que eliminem os direitos das mulheres. 80% destes deslocados são mulheres e crianças.

Apesar de a sociedade ser ainda muito conservadora e dominada pelos homens, muito mudou para as mulheres nas últimas duas décadas. As raparigas estão nas escolas e as mulheres, no parlamento, no governo ou nas empresas.

Zarmina Kakar, ativista dos direitos Humanos lembra: "Durante a última era talibã, a minha mãe levou-me a comprar gelados. Testemunhei a minha mãe a ser chicoteada pelos talibãs por revelar o seu rosto durante alguns minutos. Nunca conseguirei esquecer o sentimento de impotência, apesar de ser uma criança pequena. Hoje, mais uma vez, sinto que se os Talibãs chegarem ao poder, voltaremos aos mesmos dias sombrios".

Marianne O'Grady, diretora adjunta da "CARE International" em Cabul acredita que as coisas não voltarão a ser como eram, mesmo com uma tomada do poder pelos Talibãs. "Não se pode deseducar milhões de pessoas", diz, "se as mulheres voltarem para trás das paredes e não conseguirem sair tanto, pelo menos agora podem educar os seus primos e vizinhos e os seus próprios filhos de uma forma que não podia acontecer há 25 anos".

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