Europa é pasto de chamas de sul a norte

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De  Maria BarradasAFP, AP
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Da Grécia à Sibéria, os incêndios não dão tréguas. Se o incêndio de Odemira começa a ceder; na Riviera francesa, as chamas ainda ardem sem controlo

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O inferno das chamas continua a lavrar em solo grego. É o quarto dia consecutivo que centenas de bombeiros gregos e polacos lutam contra um grande incêndio a noroeste de Atenas, a capital da Grécia.

Já arderam milhares de hectares. Várias aldeias foram evacuadas. O fogo já destruiu várias casas. Salvam-se as vidas, perdem-se os bens de uma vida inteira, como aconteceu a Nikolaos Loanas: "Esta casa que ardeu até ao chão é minha. Tenho-a há cerca de 40 a 45 anos e foi construída com dificuldades, com muito esforço, suor e stress (...) "Foram 45 anos de memórias. A minha mulher e eu mudámo-nos para cá quando éramos jovens, os meus dois filhos cresceram aqui, brincaram aqui, divertiram-se aqui, as minhas três netas gostaram disto aqui'', conta, desolado.

Os fortes ventos previstos para mais tarde podem complicar os esforços de combate aos incêndios.

O incêndio de Vilia é o último de centenas de incêndios florestais que arderam em toda a Grécia este mês, alimentados por uma onda de calor - a mais severa do país em cerca de três décadas.

As chamas têm levado as capacidades de combate aos incêndios do país ao limite, obrigando o governo a apelar à ajuda internacional, incluindo através do sistema de resposta de emergência da União Europeia. Cerca de 24 países europeus e do Médio Oriente responderam, enviando aviões, helicópteros, veículos e centenas de bombeiros.

"A situação que enfrentamos é sem precedentes para o país", disse o porta-voz do governo, Giannis Oikonomou, durante uma conferência de imprensa. "A luta que estamos a travar nesta frente é tripla: extinguir os incêndios, prevenir novos focos, reparar os danos e compensar os afetados", concluiu.

As causas dos incêndios na Grécia não foram oficialmente estabelecidas, embora mais de uma dúzia de pessoas tenham sido presas por suspeita de fogo posto.

França

Com o calor intenso e o vento forte, o cenário é o mesmo em muitos países mediterrânicos. O incêndio no departamento do Var, na Riviera francesa consumiu desde segunda-feira 8100 hectares, matou duas pessoas, deixou dezenas feridas e destruiu parcialmente uma importante reserva de biodiversidade. Para além de uma importante floresta de sobreiros, o fogo destruiu metade da área da planície dos Maures, que contava 241 espécies protegidas, entre as quais a rarríssima tartaruga de Hermann.

Portugal

Em Portugal, o fogo que deflagrou na quarta-feira no concelho de Odemira e se estendeu a Monchique ainda arde, mas deu sinais esta quinta-feira de ceder ao esforço dos 700 bombeiros, apoiados por 233 viaturas e nove meios aéreos que têm lutado contra as chamas.

Até agora o fogo queimou 16.590 hectares da floresta lusa.

Rússia

Mas não é só o sul da Europa ou a bacia mediterrânica a ser atingida por este flagelo. Na Rússia, oito regiões declararam o estado de emergência devido aos fogos florestais. Nessas regiões, cerca de 8500 bombeiros têm estado envolvidos nas operações de combate às chamas apoiados por 1500 veículos e 14 aviões.

As autoridades estimam que na região de Yakutia, no norte da Sibéria, os fogos vão durar ainda mais um ou duas semanas.

O calor intenso e os incêndios florestais também mataram pelo menos 75 pessoas na Argélia e 16 na Turquia e consumiram uma vasta área no oeste dos Estados Unidos.

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