Angela Merkel esteve com o presidente ucraniano e reiterou o compromisso do seu país em não deixar a Rússia utilizar o novo gasoduto como "arma".
A Chanceler alemã esteve, este domingo, na Ucrânia com o presidente Volodymyr Zelenskiy. Um encontro que teve como objetivo avançar nos esforços de paz para Donbass.
Uma viagem que aconteceu dois dias depois de Angela Merkel ter ido a Moscovo para se encontrar com o Presidente russo Vladimir Putin. Em conferência de imprensa Merkel apelava a que se realize uma nova reunião ao "nível presidencial ou de liderança política" na qual deverão participar também os presidentes francês, russo e ucraniano. Essa iniciativa, acrescentava, levaria a progressos se conseguissem elaborar uma boa agenda.
Zelenskiy acrescentava que o tema prioritário das conversações "foi o processo de resolução pacífica da situação em Donbass. É importante que dentro do formato N4 a Ucrânia, Alemanha e França tenham uma posição consolidada no plano do acordo pacífico que deverá basear-se nos consórcios", afirmava o chefe de Estado ucraniano.
Angela Merkel reiterou o compromisso do seu país em não deixar a Rússia utilizar o novo gasoduto como uma "arma". Afirmando que deixaram _"_claro" que defenderão "mais sanções no quadro europeu se a suspeita de que o gasoduto está a ser utilizado como arma for provada".
Já o chefe de Estado ucraniano não vê o projeto com bons olhos. Zelenskiy frisava que veem _"_este projeto, exclusivamente, sob o prisma da segurança" e que consideram-no "uma arma geopolítica perigosa do Kremlin".
No mês passado EUA e Alemanha assinaram um acordo para permitir a conclusão do gasoduto Nord Stream 2, que vai da Rússia para a Alemanha, sem a imposição de sanções dos norte-americanos a entidades alemãs.
Os combates entre as forças ucranianas e os rebeldes apoiados pela Rússia já provocaram mais de 14.000 mortos, desde 2014.
Alemanha e França são mediadores num processo que pretende que se alcance uma solução pacífica para o conflito, o que incluiu um acordo de cessar-fogo assinado em 2015, em Minsk, na Bielorrússia mas que é, frequentemente, violado.
Kiev procura um cessar-fogo permanente na região, uma troca de prisioneiros, passagens abertas na linha de contacto e para assegurar o acesso da Cruz Vermelha à zona de conflito.
Merkel espera que o próximo governo alemão, do qual não fará parte, "trabalhe no mesmo espírito" com a Ucrânia, pressionando o país a recuperar a sua integridade territorial e permitindo-lhe continuar com as reformas internas.