A Rússia apontou 35 mísseis, muitos deles balísticos, e 60 drones às instalações de extração e processamento de gás da Naftogaz nas regiões nordeste de Kharkiv e centro de Poltava.
A Rússia lançou o seu maior ataque de guerra durante a noite de quinta para sexta-feira contra instalações de gás natural na Ucrânia geridas pelo grupo estatal Naftogaz, segundo as autoridades.
Segundo a força aérea ucraniana, a Rússia disparou um total de 381 drones e 35 mísseis durante o ataque, numa tentativa de Moscovo de destruir a rede elétrica antes do inverno e desgastar a população ucraniana na sua guerra total, que já vai no seu quarto ano.
"Trata-se de um terror deliberado contra instalações civis que permitem a extração e o processamento de gás para a vida normal das pessoas", declarou Serhii Koretskyi, diretor-executivo da Naftogaz, em comunicado.
"Não tem qualquer objetivo militar. Este é mais um ato de malícia russa que visa apenas (...) privar os ucranianos de calor no inverno".
A Rússia apontou 35 mísseis, muitos deles balísticos, e 60 drones às instalações de extração e processamento de gás da Naftogaz nas regiões nordeste de Kharkiv e centro de Poltava, algumas das quais sofreram danos críticos, disse Koretskyi.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que "todos os alvos designados foram atingidos" depois de as suas forças terem lançado um ataque maciço contra a Ucrânia, utilizando drones e armas teleguiadas.
Desde a invasão total do país vizinho em 2022, com a aproximação do inverno, as forças russas têm vindo a atacar a rede elétrica ucraniana e outras infraestruturas energéticas críticas.
Kiev afirma que se trata de uma tentativa de transformar o inverno numa arma, negando aos civis calor, luz e água corrente.
A Rússia intensificou recentemente os seus ataques à rede elétrica, bem como à rede ferroviária ucraniana, que é essencial para o transporte militar.
"A Rússia está a aterrorizar os civis e a tentar perturbar a estação do aquecimento", declarou em comunicado a primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko.
Em Poltava, os ataques feriram uma criança de oito anos e duas mulheres, segundo as autoridades regionais.
Uma das explosões destruiu cerca de metade das janelas da histórica Igreja de São Nicolau da cidade, classificada como monumento arquitetónico de importância local.
A Ucrânia utilizou os seus drones de longo alcance produzidos internamente para atacar alvos energéticos na Rússia, com ataques de drones à refinaria de petróleo de Orsk, localizada a cerca de 1.400 quilómetros da fronteira ucraniana, disse na sexta-feira Andriy Kovalenko, líder do Centro de Combate à Desinformação do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia.
Um ataque de um drone ucraniano também interrompeu brevemente as operações na fábrica de produtos químicos Azot, uma das maiores da Rússia, em Berezniki, a mais de 1500 quilómetros a leste de Moscovo, segundo as autoridades.