Governo francês expressou descontentamento perante a nova parceria anunciada entre os EUA, a Austrália e o Reino Unido para a construção de submarinos nucleares
A França juntou a voz à China nas críticas ao novo acordo entre os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido relativo à construção de submarinos nucleares.
Paris descreveu o acordo como "uma facada nas costas".
A nova parceria significa que a Austrália vai abandonar um contrato de trinta mil milhões de euros assinado com a França em 2016 e relativo à construção de 12 novos submarinos.
Apesar das críticas, o secretário de estado norte-americano, reforçou a importãncia da França enquanto parceiro estratégico.
A decisão da administração Biden apanhou de surpresa os europeus que vêm o anúncio como um regresso às políticas da era Trump.
"Acolhemos com agrado que os países europeus venham a desempenhar um papel importante na região do Indo-Pacífico. Continuamos a cooperar de forma estreita com a NATO, a União Europeia e outros neste objetivo. A França, em particular, é um parceiro vital nesta questão e em muita outras, desde há várias gerações, e queremos aproveitar todas as oportunidades para aprofundar a cooperação transatlântica no Indo-Pacífico e em todo o mundo", afirmou Antony Blinken, o secretário de estado norte-americano.
A Europa reagiu igualmente ao anúncio norte-americano.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, deixou claro que se trata de mais um sinal de que a Europa não pode depender de terceiros para garantir a segurança.
Na questão dos submarinos, Washington insiste que a França estaria ao corrente da escolha feita pela Austrália.
"(...) trabalhamos em conjunto e estávamos em contacto com os líderes franceses na questão do contrato antes deste anúncio" afirmou Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca.
Desde a passagem de soberania de Hong Kong do Reino Unido para a China em 1997 que a França é o único país europeu com territórios e uma presença militar permanente no Pacífico.