Após vários anos de controvérsia e atrasos, a Grécia abriu um novo campo de refugiados na ilha de Samos, fechado e controlado. Guylain Ngawuma é um dos refugiados transferidos do antigo campo.
Após vários anos de controvérsia e atrasos, a Grécia abriu um novo campo de refugiados na ilha de Samos, fechado e controlado. Guylain Ngawuma é um dos refugiados transferidos do antigo campo. A França aceitou o pedido de asilo deste homem de 29 anos, que vai partir em breve, mas Ngawuma não vai esquecer a falta de condições do local anterior onde viveu: «Foi muito mau, muito mau. Aqui as condições são boas. Temos um lugar para dormir bem e não temos ratos, como tínhamos no antigo acampamento».
Algumas ONGs e ativistas argumentam que a nova infraestrutura não é mais do que uma prisão cara. As autoridades gregas rejeitam a crítica.
Para a família Mohammed, a estadia no novo campo deve ser curta. A família curda, que vive num contentor com casa de banho, pediu para ser transferida para o continente o mais depressa possível. «O novo campo é bom, mas queremos uma resposta, uma decisão sobre o nosso pedido de asilo. Quero que meus filhos tenham um lar. Eles merecem mais. A minha filha adora a escola e gosta de aprender línguas estrangeiras. Quero que o meu filho tenha um futuro», diz o refugiado Mohammed Mohammed.
«Quero ficar na Grécia. Quero aprender grego e falar bem. Não é fácil, mas estou a tentar. Quero ficar neste país. Tenho a certeza disso», sublinha a filha, Raz Mohammed.
Nos últimos anos, a Grécia tem sido fortemente criticada pelas péssimas condições de vida nos campos das ilhas do mar Egeu. Atenas considera que a nova estrutura encerra esse capítulo negro. «Todos os que visitaram o antigo acampamento concordam que foi uma vergonha para a Grécia. Podia acomodar 680 pessoas e chegou a ter mais de 7000. Essa vergonha acabou. Construímos uma estrutura moderna que pode acomodar 3 mil pessoas, mas que agora tem apenas 270», realça o secretário-geral grego para a Migração e Asilo, Manos Logothetis.
«Menos refugiados, melhores condições de vida e afastado dos centros urbanos. Este era o objetivo do governo grego que, no caso de Samos, se tornou realidade. No entanto, uma possível nova onda de migrantes do Afeganistão pode mudar tudo e evocar memórias de 2015», conclui o correspondente da Euronews na Grécia, Apostolos Staikos.