Arriscar vender no "Mercado do 30"

No chamado Mercado do 30, há um pouco de tudo, ou este não fosse um dos mais concorridos de Luanda. Só há duas coisas que, por vezes, faltam e preocupam por isso mesmo: o distanciamento social e o uso de máscara. Muitos vendedores reconhecem que não se sentem seguros, mas também assumem não ter alternativas.
"Essa doença é invisível. Não conseguimos ver quem tem ou quem não tem. Não fomos autorizados a perguntar se podemos atender aqueles que não estão vacinados ou não. Nós simplesmente só estamos a vender", dizia uma vendedora.
Outra, pelo contrário, assumia, com um remate algo contraditório, que "sim, eu peço o cartão de vacinas dos meus clientes. Se não me apresentam o cartão, mas tem máscara na boca, é suficiente. Não trouxe a máscara hoje porque esqueci em casa e o cartão da vacina".
Uma terceira comerciante tem esperanças mais espirituais: "A doença só é Deus é que tem que nos cuidar. Vamos entregar tudo nas mãos de Deus. Sem Ele, não podemos fazer nada", afirmava.
Para além da proteção divina, as autoridades angolanas criaram um posto de vacinação no mercado para quem quiser fazer compras e não só em segurança.