Os signatários do acordo de 2015 voltaram a sentar-se à mesma mesa, em Viena, numa reunião marcada pelo grande ausente: os Estados Unidos
Mais uma tentativa para relançar o Acordo Nuclear com o Irão, assinado em 2015. Em Viena, representantes iranianos voltaram a sentar-se com russos, chineses, alemães e britânicos - os signatários que se mantiveram fiéis ao texto, mesmo depois dos Estados Unidos terem rasgado o acordo.
O golpe diplomático aconteceu em 2018, com Trump na Casa Branca, mas Joe Biden não abriu ainda a porta a um entendimento com Teerão. Para Sanam Vakil, subdiretora e especialista para o Médio Oriente na Chatham House, as agendas dos dois países parecem incompatíveis.
"As principais exigências para o Irão são duas: em primeiro lugar, gostariam que todas as sanções que foram impostas desde que os Estados Unidos saíram do acordo nuclear fossem levantadas. E a segunda, que penso ser de importância capital, é que eles querem garantias de que nenhum outro signatário do acordo será capaz de se afastar como fizeram os Estados Unidos", diz Sanam Vakil sublinhando que, "se os Estados Unidos tiverem de adoptar uma abordagem diferente ao acordo isso exigirá que o presidente dos EUA receba autorização do Congresso para qualquer tipo de mudanças e não é claro se Biden tenha apoio para essas medidas".
Assinar novo acordo sem ver?
O acordo nuclear obrigava o Irão a limitar o enriquecimento de urânio em troca do levantamento das sanções económicas. Desde o fim do entendimento, sabe-se que Teerão retomou a atividade e está a um pequeno passo da produção de matéria prima para armamento nuclear.
O Irão mantém que o programa de enriquecimento de urânio é pacífico, mas os inspectores nucleares das Nações Unidas continuam incapazes de controlar a atividade depois de Teerão lhes ter limitado o acesso. De visita ao Irão, na semana passada, o diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, não conseguiu fazer qualquer progresso nesta matéria.