Josephine Baker faz história em França

Josephine Baker entrou esta terça-feira no Panteão de França e tornou-se na primeira mulher negra a receber a maior honra do Estado francês.
O cenotáfio da artista - um caixão que não contém os seus restos mortais, foi transportado por soldados da força aérea, da qual Baker era uma segunda tenente, e entrou na cúpula do Panteão por volta das 18h30.
Emmanuel Macron disse: "A minha França é Josephine", saudando uma mulher empenhada que queria "provar ao mundo que as cores de pele, origens e religiões não só podiam coexistir como viver em harmonia". "A sua causa era o universalismo e a unidade. A igualdade de todos perante a identidade de cada um. A hospitalidade para todas as diferenças unidas pela mesma vontade e a mesma dignidade, afirmou o presidente.
O cenotáfio, coberto com a bandeira francesa, permanecerá na nave do Panteão durante a noite. Na quarta-feira, durante uma cerimónia familiar, será instalado no cofre 13 da cripta, onde o escritor Maurice Geneviève já está enterrado.
Nascida a 3 de Junho de 1906 numa família pobre em St. Louis (Missouri), Josephine Baker mudou-se para Paris aos 19 anos, onde se tornou a estrela da "La Revue Nègre" no teatro Champs-Elysees. "Foi a França que me fez aquilo que sou, e serei eternamente grata ", disse a mulher que obteve a nacionalidade francesa a 30 de Novembro de 1937. Pela sua participação na Resistência, recebeu honras militares na sua morte.