Presidente russo considera inaceitável que a NATO transponha as fronteiras da Ucrânia e exige garantias de que tal não vai acontecer
Rússia quer garantias imediatas de que a não vai haver expansão da NATO até à Ucrânia. Aviso feito esta quinta-feira por Vladimir Putin. Na maratona anual de perguntas da comunicação social, o presidente russo clarificou a posição de Moscovo.
Putin está disposto a esperar por janeiro, mês em que arrancam as conversações bilaterais entre a Rússia e os Estados Unidos, mas diz que a resposta tem de ser rápida.
"Sem qualquer truque, dizemos muito claramente: não deve haver expansão da NATO para leste. A bola está no campo deles. São eles que têm de nos dar alguma resposta," afirmou o presidente russo.
Na semana passada, a Rússia exigiu que a NATO recuse a adesão da Ucrânia e de outros países da antiga União Soviética. Pediu também um recuo dos destacamentos militares da aliança para a Europa Central e Oriental.~
Sobre o fornecimento de gás à Europa, Putin também colocou a resposta de Moscovo como uma reação. "Foi-nos dito pela Comissão Europeia: precisamos de ter relações de mercado; o mercado irá regular tudo. Portanto, o mercado regulou - mais de 2000 dólares por 1000 metros cúbicos de gás," disse.
A conferência de imprensa de Putin durou quase quatro horas. O presidente apontou o dedo a vários jornalistas como "agentes estrangeiros" e insiste que a Rússia não constitui qualquer ameaça.
Putin não poupou esforços para passar a ideia de que "a bola" não está no campo da Rússia em muitas frentes: o país aguarda garantias da NATO; espera propostas sobre os termo dos contratos de gás; faltam também nos dossiers do Kremlin, provas do envenenamento de Navalny que, segundo Putin, a Rússia ainda não recebeu.