"O que me choca é o estado em que estamos": Macron justifica uso de palavrão

Disse e repete: O presidente francês não se arrepende de ter usado linguagem considerada menos própria ao referir-se aos não-vacinados contra a Covid-19. Emmanuel Macron disse algo que se pode traduzir, de forma bastante livre, como ter vontade de a "lixar a vida" a quem não levou a vacina (no original, o termo empregue foi emmerder).
Durante o encontro com o presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen, Macron disse que esse tom se justifica, face à situação pandémica:
"Podemos ficar chocados com algumas expressões que podem parecer vulgares e que eu assumo totalmente, mas o que me choca a mim é a situação em que nos encontramos. A fratura que existe no país é real, quando há pessoas que fazem da liberdade uma palavra de ordem, mas transformam essa liberdade em irresponsabilidade. Colocam em risco não só a vida, como a liberdade dos outros. E isso eu não posso aceitar", disse o chefe de Estado francês.
Depois de um adiamento e três dias de debates, o parlamento votou a favor do projeto de lei que substitui o passe sanitário por um passe vacinal, fazendo com que a vacina passe a ser obrigatória para aceder a um grande número de locais públicos. É uma pressão adicional sobre pessoas como Virginie Figueira, conselheira vocacional, que recusa vacinar-se, mas não se considera antivacinas: "Fiz todas as vacinas que devia fazer em criança, com todos os reforços, tal como o meu filho, menos esta, tal como não faço a da gripe todos os anos. Não acho que esteja em risco. Sobretudo, tendo em conta que tudo agora está dependente desta vacina. Não gosto de chantagem", conta.
A variante Ómicron do SARS-CoV2 está a disseminar-se em França a uma velocidade impressionante. Só esta sexta-feira, foram registados mais de 328 mil novos casos de Covid-19 no país.