Ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, foi uma das 300 pessoas presentes na missa fúnebre do presidente do Parlamento Europeu nos últimos dois anos
Decorreu esta sexta-feira na capital de Itália o funeral de David Sassoli. O Presidente do Parlamento Europeu nos últimos dois anos morreu na terça-feira, aos 65 anos, vítima de uma disfunção no sistema imunitário.
As cerimónias fúnebres tinham começado na quinta-feira, com uma sessão de câmara ardente na sala Promoteca do Campdoglio, em Roma.
A urna com os restos mortais de David Sassoli, coberta por uma bandeira da União Europeia, foi trasladada esta sexta-feira de manhã para a basílica Santa Maria degli Angeli, também em Roma.
A lotação da igreja foi limitada a 300 pessoas, incluindo os presidentes da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, e, entre outros governantes europeus, o ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva, em representação de Portugal.
O primeiro-ministro português, António Costa, não pôde estar presente por estar dedicado atualmente
à campanha eleitoral das Legislativas de 30 de janeiro e ainda esta quinta-feira protagonizou um aceso duelo no único frente-a-frente com o principal opositor, Rui Rio, o líder do Partido Social Democrata.
A missa fúnebre por David Sassoli em Roma ficou marcada por diversas mensagens pessoais, incluindo dos filhos e da viúva, reconhecendo o homem, o jornalista, o pai, o eurodeputado e o trabalho como Presidente do Parlamento Europeu nos últimos dois anos, um período difícil na União Europeia marcado pelo Brexit e sobretudo pela pandemia de Covid-19, que obrigou os eurodeputados, por exemplo, a realizar sessões plenárias por videoconferência.
Corrida à sucessão de Sassoli
O hemiciclo da União Europeia cumpria em janeiro os derradeiros dias da presidência Sassoli.
Para a próxima terça-feira, 18 de janeiro, estava já marcada a eleição de um sucessor ao abrigo do acordo de partilha do lugar entre os grupos europeus dos partidos socialistas (PSE, de centro esquerda) e o dos partidos populares (PPE, de centro-direita) e conhecido como "a grande aliança".
O processo eleitoral está a ser coordenado pelo eurodeputado português Pedro Silva Pereira (Partido Socialista), um dos vice-presidentes na equipa que acompanhou David Sassoli desde 2019.
O lugar de presidente interino está a ser ocupado pela maltesa Roberta Matsola (Partido Nacionalista), também a favorita para ser eleita terça-feira como como sucessora de Sassoli, por ausência de rival na corrida e apesar de ser contestada por alguns eurodeputados devido às respetivas posições conservadoras em relação ao aborto e pela abstenção de voto numa proposta para criminalizar a violência contra as mulheres entre os "27".