Sérvia rejeitou Rio Tinto sem estudos de impacto

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Presidente sérvio defende que a exploração de lítio traria vantagens económicas ao país. Especialistas lamentam que revogação das licenças tenha sido efetuada sem ter por base estudos de impacto.

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Vários meses de protestos puseram fim aos projetos da Rio Tinto na Sérvia. Faz uma semana, a empresa anglo-australiana viu revogada a licença de exploração e purificação de lítio no território, onde planeava investir mais de dois mil milhões de dólares na abertura de uma mina.

Apesar de a companhia ter garantido que o projeto iria respeitar as normas ambientais do país e da União Europeia, o governo ficou do lado dos cidadãos e ambientalistas, que temiam a poluição do ar e da água no Rio Jadar.

A decisão do executivo contrariou, no entanto, declarações prévias do presidente sérvio, que há uns meses disse que os planos da Rio Tinto para os próximos 56 anos trariam mais-valias ao país.

Aleksandar Vucic defendeu então que as receitas anuais da exploração mineira rondariam os 600 milhões de euros, Caso o projeto avançasse para a produção de baterias e cátiodos, as receitas poderiam subir para os três mil e 400 milhões de euros por ano. Isto multiplicado pelos 56 anos do contrato.

Ainda de acordo o presidente sérvio, se a empresa passasse a produzir veículos eléctricos, o impacto no produto interno bruto do país seria de 10,3 mil milhões de euros por ano, além da criação de dois mil postos de trabalho.Para alguns especialistas a desistência do projeto pode significar a perda de uma oportunidade para o país se desenvolver.

Essa é também a opinião de Aleksandar Jovovic. O analista e professor da Faculdade de Engenharia Mecânica defende que o Estado não averiguou o custo-benefício do projeto, ficando sem saber exatamente o que ganha e o que perde.

Apesar das contrapartidas económicas, os cidadãos opuseram-se desde o início à exploração mineira na região. No entanto, ainda não existe qualquer estudo de impacto ambiental sobre os planos da Rito Tinto, uma vez que, de acordo com a Lei, é primeiro necessário haver um projeto. E a versão final do projeto não foi submetida à Faculdade de Engenharia Mecânica, responsável por esse estudo.

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