Portugal inaugura um novo ciclo político que tem a extrema direita no pódio da democracia
É tempo de fazer contas ao que significa a maioria absoluta para o Partido Socialista em Portugal. António Costa entra na história como o primeiro secretário-geral do PS a liderar três governos consecutivos. Pela segunda vez, os portugueses dão o voto de confiança máxima aos socialistas. Um novo ciclo, com várias nuances que domina as manchetes dos jornais e as conversas na rua.
As sondagens das últimas semanas previam uma corrida muito próxima entre o Partido Socialista e o Partido Social Democrata. Contados os votos, a batalha António Costa e Rui Rio nem chegou a ter fôlego de confronto.
O atual primeiro-ministro português tem agora caminho livre para gerir os fundos de recuperação pós-pandemia da União Europeia, mas levou tempo a por a fasquia na vantagem máxima. Só na última semana foi claro a dizer que queria ter a maioria absoluta e, depois de ter garantido a vitória, quis assegurar que vai continuar a procurar pontes.
"Uma maioria absoluta não significa poder absoluto. Não significa governar sozinho. É uma responsabilidade acrescida. É governar com e para todo o povo português," afirmou.
Um discurso típico de conciliação. Não se pode dizer o mesmo do líder do PSD. Rui Rio insistiu que tinha melhor programa e pôs as culpas do resultado na dispersão dos votos de direita.
Uma divisão que fez disparar a notoriedade do Chega. Ao subir ao pódio, André Ventura disse que ia empenhar as energias em "ir atrás" de António Costa.