Protestos em Myanmar

Dezenas de pessoas protestaram, esta terça-feira, em Mandalay, a segunda cidade de Myanmar, contra a junta militar que tomou de assalto o poder no país, há um ano.
O sercretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, escreveru, no Twitter, que, neste período, após o golpe de Estado que depôs Aung San Suu Kyi, se assistiu, na antiga Birmânia, a "uma intensificação da violência, a um aprofundamento das crises humanitárias e dos Direitos Humanos e a um rápido aumento da pobreza".
Um birmanês revela que um ano após o golpe militar, Myanmar continua a assistir, todos os dias ao assassinato de muitas pessoas e reclama que "o mundo não está a ver. O conselho militar continua a cometer crimes contra a Humanidade como prender civis, queimar aldeias durante a guerra com as Forças de Defesa Popular em áreas étnicas." O homem conclui que o povo birmanês continua a "enfrentar torturas, mortes e opressão".
A oposição ao regime militar assinalou o aniversário do Golpe de Estado com uma greve geral em todo o país, como forma de demonstração de união, força e solidariedade. Muitas cidades ficaram, esta terça-feira, praticamente desertas.
Nos últimos dias, numa ação preventiva para gorar os planos para a greve, dezenas de pessoas foram detidas, mas a população não desiste, como sublinha uma jovem birmanesa.
"Os jovens de Myanmar experimentaram o sabor da liberdade e da tecnologia, nos últimos anos, e nós só queremos seguir este caminho, não queremos saltar de novo para um buraco negro. Se estivermos a viver sob o conselho militar, as nossas almas estarão mortas. Não teremos nenhuma oportunidade ou hipóteses nas nossas vidas".
Desde que os militares tomaram o poder, há um ano, estima-se que cerca de 1500 civis tenham sido assassinados, mais de 11700 foram detidos em há mais de 400.000 pessoas deslocadas.