O Gasoduto Trans-Adriático, que tem sido defendido como fonte de gás alternativa à Rússia, é questionado pela sua utilidade e impacto ambienal por movimentos locais no sul de Itália
O Gasoduto Trans-Adriático é o troço final de um projeto denominado Corredor do Gás Sul, que vai permitir ao Azerbaijão entregar gás diretamente nos mercados europeus, através da fronteira turco-grega, e enviá-lo para Itália, depois de mais de 900 quilómetros percorridos através da Grécia, Albânia e Mar Adriático.
Com o objetivo de diversificar as rotas e fontes de fornecimento, o gasoduto vai até Apúlia (Puglia), no sul de Itália, onde os movimentos locais questionam não só o impacto ambiental do projecto, como a sua própria utilidade.
Já o gestor de operações do Gasoduto Trans-Adriático em Itália contrapõe: "Houve um grande aumento no preço do gás natural: isso significa que a situação do mercado é caracterizada por pouca oferta e elevada procura". "Em tal situação, a disponibilidade de uma fonte adicional de abastecimento, oriunda de uma fonte diferente das anteriores, colocar-nos-ia numa posição mais forte", aponta Eligio Lo Cascio.
O jornalista da Euronews Luca Palamara esteve no local do primeiro ponto de acesso de gás vindo do Azerbaijão para a Europa, e descreve que para algumas pessoas, este projeto está a fazer de Itália o destino de sorte de um recurso natural precioso, especialmente nos tempos frios do Inverno, mas para outros é visto como uma infraestrutura inútil, trazendo mais malefícios do que benefícios.
Passado mais de um ano da ativação do gasoduto, o processo de julgamento do impacto ambiental continua e a empresa prefere não comentar o caso, mas garante ter cumprido os 66 requisitos ambientais ditados pelas agências ambientais.
Uma infraestrutura necessária para a diversificação do abastecimento de gás na Europa ou uma ameaça inútil ao meio ambiente e à população local? Estas são as questões difíceis colocadas pelo Gasoduto Trans-Adriático.