Ucranianos sobrevivem no subsolo

Centenas a dormir em caves e nas estações de metro
Centenas a dormir em caves e nas estações de metro Direitos de autor Leo Correa/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved.
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Na linha da frente, ucranianos fogem dos bombardeamentos dos invasores russos e encontram refúgio em caves e estações de metro

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Dois meses após o início da invasão russa da Ucrânia, muitos ucranianos continuam a resistir às bombas e aos ataques dos invasores sem querem sair da sua terra. Muitos são idosos.

No leste do país, Rubizhne, outrora com 60.000 habitantes, está hoje reduzida a escombros e a pouca população que resta resiste, no subsolo.

Mikhailo, tem 63 anos e afirma: "A nossa pátria é aqui. Para onde eu iria?" Questionado sobre se tem medo, responde: "Medo de quê? Não se pode morrer duas vezes."

Numa cave apertada, dezenas de pessoas encontraram refúgio. Sem terem para onde fugir, estas pessoas tentam sobreviver aos ataques do invasor russo.

Lyudmila, de 63 anos, refere que "aqueles que não tinham para onde ir, na Ucrânia, ficaram aqui." Esta ucraniana está no abrigo, mas continua preocupada com a progenitora: "a minha mãe faz 90 anos em agosto. Não posso carregá-la com minhas próprias mãos e trazê-la para o carro."

Em Kharkiv, perto da fronteira com a Rússia, cerca de sete centenas de pessoas encontraram abrigo nas estações do metropolitano da cidade.

É aqui que passam a maioria do tempo, enquanto os combates continuam na superfície.

"Na casa da minha avó vimos helicópteros a explodir. Os nossos militares ucranianos derrubaram helicópteros russos. Depois vieram os aviões... Nessa altura, não aguentámos mais e decidimos que seria mais seguro viver no subsolo do que na cave", conta Elena.

A voluntária Yulia refere que nesta estação de metro "há cerca de 700 pessoas. A maioria não quer sair da cidade. Podemos ver, a maioria é composta por pessoas idosas. Simplesmente não querem sair das suas casas. É já tiveram sorte de terem vindo para aqui. Afinal, muitos ficam em apartamentos até que os vidros das suas casas rebentem."

Na superfície, as tropas russas intensificam os ataques para conseguirem controlar a cidade.

No subsolo, estas centenas de pessoas sobrevivem e aguardam... Aguardam pela derrota dos russos, aguardam pelo regresso da normalidade, aguardam pela paz...

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